Imprimir

Notícias / Meio Ambiente

BP diz que vai pagar prejuízos de vazamento de petróleo

Folha Online

O CEO da empresa BP (British Petroleum), Tony Hayward, declarou que vai compensar todas as pessoas que foram afetados pelo vazamento de petróleo após a explosão de uma plataforma no golfo do México, que pegou fogo e afundou na semana passada. Ele admitiu que a catástrofe pode afetar os planos de expansão da perfuração de petróleo "offshore" (que geralmente ocorre sobre a plataforma continental, ou seja, mais próximo da costa).

"Estamos assumindo total responsabilidade pelo vazamento e vamos limpá-lo. Onde as pessoas apresentarem reivindicações legítimas por danos, vamos honrá-los", disse o presidente à reportagem.

O derramamento pode afetar a vida silvestre e áreas de pesca localizadas na costa de Louisiania, Estado norte-americano que declarou estado de emergência devido à aproximação do vazamento. O custo para a indústria da pesca no Estado pode chegar a US$ 2,5 bilhões, enquanto o impacto sobre o turismo no litoral da Flórida pode ser de US$ 3 bilhões, declarou Neil McMahon, analista da firma de investimentos Bernstein, em nota de pesquisa divulgada hoje.

O vazamento também pode dificultar os planos do presidente Barack Obama de perfurar novos poços "offshore", disse Hayward. "Pode haver um problema da indústria em torno do que pode ou não ser perfurado."

No entanto, o CEO espera uma solução efetiva para o derramamento, que inclui uma fro­ta de cerca de 80 navios e diversos aviões, para tranquilizar as pessoas sobre os riscos de perfuração.

Doug Suttles, o chefe de operações e produção da BP, afirmou que a companhia está gastando US$ 6 milhões (R$ 10 bi) por dia para tentar limpar a mancha de petróleo e parar o vazamento, mas ainda não tem certeza das causas do problema.

Queda das ações

Na quinta-feira (29), quando a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou que o vazamento de petróleo era cinco vezes maior do que o divulgado previamente, o preço das ações da BP caíram 6,5 %. No total, as ações da BP registraram queda de cerca de 4,5% desde a explosão.

Russell Corn, vice-presidente da companhia de análise corporativa Diligence, disse que o desastre causará preocupação crescente para a administração da BP.

"É mais provável que desencadeie um pressentimento (nos mercados) de que a crise (gera­da pelo desastre) será cara e danosa para a companhia e, portanto, resultar em alguma forma de sentimento negativo nos mercados de ações", afirmou.

Stephen Cheliots, do Centro para Análise de Marca em Londres, disse que os desastres ambientais podem afetar a imagem das gigantes do petróleo como a BP.

"Podem ter um grande impacto em uma marca e podem prejudicar uma marca no longo prazo", afirmou. "Muitas pessoas podem fazer a ligação entre, por exemplo, a Exxon e o desastre com o Exxon Valdez."
Imprimir