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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Lobista elogia gestão verde de Blairo e diz que Dilma faz pior governo da história na área ambiental

Foto: Reprodução

Ambientalista diz que Blairo Maggi inovou ao elevar proteção nas propriedades

Ambientalista diz que Blairo Maggi inovou ao elevar proteção nas propriedades

A abordagem do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR-MT) na área ambiental durante seus dois mandatos no Palácio Paiaguás foi um exemplo a ser seguido entre os empresários do agronegócio em todo no país. A avaliação é do diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o geógrafo Mário Mantovani, um dos mais respeitados lobistas em prol do meio ambiente no Congresso Nacional e militante verde desde 1973. A referência a Blairo Maggi foi feita ao jornal Folha de São Paulo durante entrevista publicada na semana passada.


Para citar o atual ex-governador como um dos líderes do novo ambientalismo, Mantovani disse que grande parte dos 560 mil hectares que está nas mãos de produtores rurais estão abandonados, não estão sendo utilizados para produzir alimentos e servem à especulação territorial.

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Segundo ele, Maggi inovou ao defender a ampliação das áreas de reserva legal nas propriedades, o que tem levado muitos produtores de grande porte a conseguirem oferecer produtos com valor ambiental agregado aos mercados consumidores no planeta.

“(Quem especula) não são as mesmas oligarquias de antes, as velhas oligarquias. Isso mudou. São as novas oligarquias do crédito. Tem os melhores, como o próprio Blairo Maggi, que se diz ambientalista. Ele já desafiou os caras: ‘eu cumpro a lei e faço mais’. É real. Ele está além da conta. Na reserva legal (parte preservada da mata que toda fazenda precisa ter), ele está acima. E muitas empresas acabaram fazendo isso. Também porque colocaram como ativo: "eu protejo", "eu sou o cara que mais protege". Isso funciona como marketing”, declarou.

De acordo com o diretor da Ong, uma das financiadoras do Partido Verde no Congresso Nacional, a postura de Maggi deve criar um racha entre os produtores futuramente.

“Ainda não racha, mass vai rachar. E não é uma questão de estar ou não estar do lado dos ambientalistas. (Preservar) É uma tendência, não tem jeito, não volta mais”, destacou.

“Dos 860 milhões de quilômetros quadrados que tem o Brasil, há 5,5 milhões de propriedades que dizem que são donas de 560 milhões de hectares. Só que em 60 milhões de hectares é onde está a agricultura. Dentro disso você tem uns 25 ou 30 milhões de soja, 10 de cana, 7 de celulose e vai indo até a abobrinha. E tem 200 milhões de hectares para pasto. Para 200 milhões de bois. Bom, então toda a atividade econômica da agricultura está concentrada aqui: 260 milhões de hectares, somando a plantação e o pasto. Já não é um bom negócio, pois nessa conta dá um boi por hectare. Hoje, para ser uma pecuária boa, você precisa de três bois por hectare. Mas a questão é outra. Se eles têm 560 milhões de hectares e usam 260 milhões, onde está o resto? Cadê os 300 milhões de hectares restantes?”, questiona Mantovani ao trazer ao debate o problema territorial no Brasil rural.

O geógrafo e ambientalista, com mais de dez anos de atuação nos bastidores da política nacional, criticou a gestão da presidente Dilma Rousseff, classificando a área de meio ambiente como “a pior da história” devido ao aumento do desmatamento nos últimos anos e à desestruturação de órgãos de fiscalização.

“Estou há 35 anos em ONG. O que eu vejo que aconteceu? Eu digo: para o meio ambiente, este é o pior governo da história. Porque o Lula pelo menos incorporou, colocou a Marina Silva (no ministério do Meio Ambiente), fez avanços. A lei da Mata Atlântica, por exemplo, foi com o Lula. A Dilma simplesmente passou o trator em cima de tudo. Não tinha o desmatamento na Amazônia porque tinha o controle muito maior, toda a fiscalização. Com o desmonte da Dilma nesses anos, mudou. E a projeção de desmatamento é muito maior daqui para a frente. Ela abriu todos os controles. O desastre que a Dilma causou vai ser uma coisa para os próximos 10, 20 anos. Ela acabou desmontando (as estruturas). Antes traziam recursos, fizeram o controle de satélite que não tinha. A Dilma realmente desmontou. O setor que mais teve contingenciamento foi esse”, finalizou.
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