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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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EMBRAPA E ICV

Fazenda ganha primeiro atestado de boas práticas agropecuárias emitido em MT

O BPA foi iniciado em Mato Grosso em 2012, com coordenação da Embrapa Agrossilvipastoril e ICV. Inicialmente foram inscritas oito fazendas em Alta Floresta e quatro em Cotriguaçu. Ambos os municípios estão no bioma Amazônia. A fazenda Águas Claras foi a primeira delas a ser avaliada e a receber o atestado.

Foto: Ilustração

Boas Práticas Agropecuárias foi criado como uma ferramenta de gestão da propriedade

Boas Práticas Agropecuárias foi criado como uma ferramenta de gestão da propriedade

A fazenda Águas Claras, no município de Cotriguaçu (950 km a Noroeste de Cuiabá – na divisa com o Pará), foi a primeira propriedade de Mato Grosso a receber atestado do Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA), coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


Os produtores Gilberto Siebert e Gilberto Siebert Filho receberam o atestado categoria bronze durante um dia de campo promovido pelo Instituto Socioambiental (ICV), informa a Embrapa Agrossilvipastoril.

O BPA foi iniciado em Mato Grosso em 2012, com coordenação da Embrapa Agrossilvipastoril e ICV. Inicialmente foram inscritas oito fazendas em Alta Floresta e quatro em Cotriguaçu. Ambos os municípios estão no bioma Amazônia. A fazenda Águas Claras foi a primeira delas a ser avaliada e a receber o atestado.

“É uma semente que a gente vem plantando há dois anos. Este momento veio como um marco para traçar uma nova trajetória para a pecuária em Mato Grosso. O exemplo que está sendo feito aqui em Cotriguaçu tem condições perfeitas de atender toda a classe produtora do estado e mostrar que é possível fazer uma pecuária eficiente e sustentável”, afirma o coordenador de pecuária do ICV, Vando Teles.

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De acordo com o coordenador nacional do BPA e pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Ezequiel do Valle, o Programa de Boas Práticas Agropecuárias não é uma certificação. Segundo ele um processo de certificação gera custos para o produtor e só se justificaria com o pagamento de prêmio pela indústria, o que ainda não ocorre.

“A ideia do Programa BPA é mostrar para o produtor os ganhos dentro da porteira. É conhecer seu sistema de produção, ver onde estão os gargalos e sanear isto. Aqui na Fazenda Águas Claras, por exemplo, o produtor dobrou a capacidade de suporte”, exemplifica Ezequiel.

O Programa de Boas Práticas Agropecuárias foi criado como uma ferramenta de gestão da propriedade, fazendo com que o produtor conheça melhor seu negócio e possa tomar decisões que ajudem na redução de custos, melhoria da produtividade e da qualidade dos produtos, adequação ambiental, sanitária e trabalhista, entre outros itens.

A fazenda que se inscreve no programa passa por uma avaliação do cumprimento de uma lista de itens obrigatórios e recomendáveis. Uma pontuação é atribuída de acordo com o atendimento aos requisitos e, então, a propriedade avaliada pode ser classificada nas categorias bronze, prata e ouro.

Águas Claras

Na fazenda Águas Claras, pai e filho se empenharam para adequar a propriedade e atender as exigências do programa. A primeira medida tomada foi a de conhecer bem toda a produção, voltada para a engorda de animais de corte. Depois disso, eles partiram para mudanças de comportamento, de hábitos, de técnicas de manejo entre outras ações que independem da aplicação de recursos financeiros. Na sequência, partiram para ações mais onerosas, como a reforma de pastagens, construção de cerca, cochos e adaptação de instalações rurais.

“Algumas coisas têm custo, mas outras não custam nada. Basta ter boa vontade para mudar”, diz Gilberto Siebert.

Os primeiros resultados obtidos na fazenda já demonstram que os investimentos financeiros e não financeiros valeram a pena. Nos 46 hectares de pastagem que foram reformados, a taxa de lotação mais do que dobrou, sendo hoje de 3,32 unidades animal (u.a.) por hectare, mais do que o triplo da média do município de Cotriguaçu. E com pastos vigorosos, os proprietários deverão aumentar ainda mais o número de animais na área. Além disso, já prepararam outros 40 hectares de pastagem, que serão reformados. Nessa área, inclusive já plantaram árvores junto às cercas para gerar sombra e conforto térmico aos animais.

“O principal ponto que mudou com o BPA foi a gestão da propriedade. O controle que temos dos animais, dos gastos, da utilização das pastagens... Talvez isto seja o principal. E com este controle a gente está tendo um melhor rendimento das pastagens, estamos conseguindo colocar uma maior lotação nos mesmos pastos que tínhamos antes”, afirma Gilberto Filho, que já está preparando a fazenda para conseguir o atestado ouro em 2014.

Com a comprovação da viabilidade das alterações, pai e filho pretendem adotar o sistema de manejo rotacionado em 100% da área de pastagem da fazenda, que ainda conta com mais de 65% de reserva legal.

“Sempre acreditei na necessidade de aplicar tecnologia na propriedade. Tivemos a oportunidade de aderir ao BPA e o resultado é obvio e notório. Espero que isto sirva de exemplo para todo o estado e todo o município de Cotriguaçu, porque a gente está vendo aí que com este investimento em técnica a gente consegue aumentar significativamente o número de animais por hectare. Espero que isto sirva de exemplo para muitos produtores”, afirma Gilberto Siebert.
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