O preço do frete para transporte de soja entre o Médio-Norte de Mato Grosso (principal região produtora do Estado) e o Porto de Santos (principal porta de exportação de grãos do país) disparou nas últimas semanas, batendo o recorde histórico, segundo dados de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A cotação do frete de Sorriso (395 km de Cuiabá) a Santos está em R$ 330 por tonelada, o que corresponde a R$ 18,60 por saca de 60 quilos, um recorde para este período do ano, e uma alta de 10% em relação à semana passada. O valor do recorde do frete até este ano era de R$ 320/t.

Conforme lembra a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), na safra anterior, o teto no preço do frete só foi atingido na primeira semana de março, quando a colheita da soja estava 70% concluída. “Neste ano, o pico no frete foi alcançado três semanas antes, pois, em 2013, na terceira semana de fevereiro, o frete estava em R$ 300”, pontua a Aprosoja.

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O que preocupa os produtores rurais é que o preço pode subir ainda mais, já que nem metade da colheita no Estado foi concluída. Na última sexta-feira (21), o índice de cobertura era de 47%. Ainda restam cerca de 13.9 milhões de toneladas a serem colhidas e a expectativa é de mais pressão nas cotações de transporte, pois o pico da colheita está começando.

Segundo os dados divulgados pelo Imea, nesta segunda-feira (24), se a tendência de alta no preço do frete seguir a projeção das últimas três safras, o pico da cotação ocorrerá em março, quando quase toda a safra de soja já estará disponível no mercado. Com isso, a relação de frete com o preço da soja pode ultrapassar os 40% registrado em março do ano passado.

Logística – Além da demanda mais acentuada por caminhões, contribuem para este cenário a pressão no escoamento, o déficit de armazenagem no estado e a elevação no custo de transporte ocasionado pela logística deteriorada e ineficiente.

Com os portos de Santos e Paranaguá superlotados, os grãos mato-grossenses podem ir para outros destinos, como o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, cerca de 800 quilômetros mais distante. Apesar de uma cotação de frete um pouco mais alta que a de Santos, em torno de R$ 335 por tonelada, esta opção acaba sendo atrativa pela inexistência de filas naquele porto gaúcho e possibilidades de frete de retorno.