A volta do Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI) para veículos zero quilômetro proporcionou uma elevação de 20% a 30% nas vendas de veículos semi-novos em Mato Grosso no primeiro trimestre de 2014. O crescimento é em relação ao período em 2013. Contudo o setor de vendas de semi-novos segue enfrentando dificuldades na hora da liberação de crédito para o financiamento.
De acordo com a Associação dos Revendedores de Veículos do Estado do Mato Grosso (Agenciauto), o crescimento nas vendas de semi-novos estão crescentes não apenas em decorrência a volta do IPI para o zero quilômetro, mas também pela obrigatoriedade, por parte da indústria nacional, de incluir itens que antes eram opcionais como itens de série, como é o caso do Air bag e do freio ABS, em 2014.
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Apesar de as vendas estarem crescendo o setor continua enfrentando dificuldades, revela o presidente da Agenciauto, Ricardo Laub Junior. "Sem duvida o crédito para financiamento do veículo usado é o principal entrave no momento, entre outros fatores que são recorrentes e vão se resolver ao longo do desenvolvimento do setor, como estruturação, especialização técnica para a gestão do pequeno empreendedor, mão de obra especializada, questões de subsídio fiscal para o desenvolvimento do setor, fortalecimento representativo, entre outras".
Atualmente, para cada 10 propostas de financiamento enviadas para as financeiras apenas duas são aprovadas.
Fechamento lojas
Conforme Laub Junior, o segmento enfrenta problemas desde 2008. Entre 2008 e 2014 40% das lojas de vendas de veículos semi-novos fecharam em Mato Grosso. Hoje, o setor possui apenas 450 lojas funcionando. "A associação vai fazer 10 anos em 2015, chegamos a ter 320 lojas associadas, hoje temos 180 lojas associadas. Sem dúvida estamos entre as 10 maiores associações do Estado de Mato Grosso, não só em número, mas como setor de importância econômica, manutenção do emprego e renda. Todas as lojas estão participando de um sistema de Estimativa segmentada para o recolhimento do ICMS junto a Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT) desde 2008 que visa manter o setor fortalecido".
A Agenciauto acredita que 2014 seja um ano de recuperação diante os últimos anos, tendo-se em vista que em 2008 o setor comercializava 3,3 carros para cada veículo zero quilômetro vendido e hoje se está alcançando a marca de 2,8 veículos semi-novos para cada zero quilômetro comercializado.
"Para se ter uma ideia do que passamos em após 2008 e em 2009 chegamos a vender apenas 1,8 veículo para cada novo, nossos estoques foram desvalorizados em 40% e fecharam cerca de 40% das lojas de veículos usados no Brasil, porém acreditamos que até o fim do ano estejamos atingindo 3 para cada 1 novo. Compreendemos que o cenário econômico não é bom, sabemos que devemos ter cautela com relação as previsões, o segundo semestre, pós Copa, vai nos mostrar o que vai ser o ano de fato. Estamos esperançosos, mas cautelosos”, diz Laub Junior.
O que consumidor do semi-novo quer
As motorizações 1.0 e 1.4 são as mais procuradas por quem quer um veículo semi-novo, revela a Agenciauto. No caso dos veículos populares de motorização 1.0 a procura é por aqueles com no máximo três anos de uso. O presidente da Agenciauto revela que os semi-novos 1.0 chegam a ser 25% mais baratos que os novos.
A motorização 1.4 e acima dela, também, é procurada. Nestes casos o consumidor deseja mais os sedans médios e os utilitários com no máximo três anos de uso. Ao se comparar o preço de um novo com um semi-novo a diferença de preço chega a 45%.
2015
Em Mato Grosso por mês o setor de semi-novos comercializa 20 mil veículos, enquanto no setor de novos em média 4 mil. Na opinião da Agenciauto o ano de 2015 ainda é uma incognita. "Esperamos, caso o governo não invente nada de novo, que 2015 seja muito melhor para nosso setor, mas sabemos como as intervenções ocorrem no Brasil, são de interesse políticos em defesa de uma minoria que detêm o poder do capital, dessa forma conscientes do sistema, vamos independente de qualquer coisa ir em frente pensando positivo, afinal, todo carro zero km um dia, sem duvida vai ser um semi-novo, nosso setor sempre existirá e se tornará novamente uma atração para todos que querem fazer um bom negócio”, salienta Laub Junior.
