As vendas de veículos zero quilômetro em 2015 no Brasil deverão ser entre 9% e 15% menores em comparação a 2014. Em Mato Grosso, segundo o setor concessionário de automóveis, não deverá ser diferente. No Estado o volume de emplacamentos em 2014 em relação a 2013 de automóveis e comerciais leves caiu em torno de 5%, enquanto no país 7%. Altas taxas de juros e dificuldade de contratação de crédito por parte do consumidor são alguns dos motivos para a atual situação do segmento, que já enfrenta até mesmo pedido de recuperação judicial por parte de algumas concessionárias.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automóveis (Fenabrave), revela que os emplacamentos no Brasil em janeiro não foram animadores. Ao se comparar o volume total de veículos novos comercializados houve um recuo de 27,18% em relação a dezembro no país. Já em relação a janeiro do ano passado 18,82%. Somente o segmento que incluem automóveis e comercias leves (caminhonete, por exemplo) o recuo foi de 31% ante dezembro e 18,63% frente janeiro do ano passado.
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“A realidade é igual em Mato Grosso e em fevereiro não será diferente, pois temos menos dias úteis. De fato as expectativas para 2015 não são boas para vendas. O cenário econômico não está bom e quando está assim o consumidor evita fazer aquisições”, comenta o presidente da Fenabrave em Mato Grosso, Manoel Guedes.
O ano de 2014 para o setor de veículos foi o segundo ano consecutivo de quedas nas vendas. A Copa do Mundo de 2014, principalmente as obras, em Mato Grosso foi uma grande contribuinte para a negatividade. “Tivemos um boom de consumidores comprando até 2012 devido melhora na economia, mas com ela voltando a retrair as vendas também caíram. A Copa ajudou a prejudicar as vendas, em especial na Avenida da FEB, em Várzea Grande, onde se concentram várias concessionárias”, pontua Guedes.
Incertezas
De acordo com o presidente da Fenabrave-MT, o Brasil vive um momento de incertezas, onde o empresariado passou a pensar antes de fazer algum tipo de investimentos.
A situação vivida hoje pelo Grupo Trescinco, que no final de janeiro solicitou na Justiça pedido de recuperação judicial, é uma consequência do momento econômico do Brasil. “O Grupo Trescinco é uma das vítimas da situação do mercado atual de queda nas vendas e dificuldade de contratação de crédito por parte do consumidor. O IPI voltou aos seus patamares em janeiro, os custos Brasil subiram, o IOF aumentou, os juros nominais também. Isso faz com que vivamos na incerteza este ano”, declara Guedes.
O Grupo Trescinco solicitou recuperação judicial ao final de janeiro diante uma divida estimada em R$ 86,8 milhões, sendo R$ 58,8 milhões da Trescinco Distribuidora de Automóveis e Trescinco Veículos Pesados e R$ 28 milhões da concessionária Ariel Automóveis Várzea Grande LTDA e a Ekak Administrações de Participações LTDA.
