O senador Blairo Maggi (PR-MT) sugeriu para a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, que revise os protocolos internacionais de relações comerciais, em especial o entre Brasil e Rússia. A revisão, segundo o senador mato-grossense, é para evitar que haja prejuízos para o Brasil.
A sugestão foi feita à ministra Kátia Abreu durante encontro com a Comissão de Agricultura (CRA) do Senado, nesta quinta-feira (19).
De acordo com Blairo Maggi, a revisão das relações comerciais do Brasil é essencial em decorrência dos prejuízos que algumas exigências podem gerar para o país. Na ocasião ele pontuou que algumas regras da Rússia acabam levando o exportador brasileiro a realizar relações triangulares para "fugir" de determinações que possam trazer prejuízo.
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“Nós sabemos que não existem só as barreiras comerciais ou financeiras entre países, mas também, as documentais e de ordem sanitária. Enquanto exportador, quando mandamos soja para a Rússia, por exemplo, nós assinamos o protocolo de lá, exigindo que não haja nenhum grão de picão de preto, sob pena de navios voltarem carregados. Então, precisamos ter um mínimo de tolerância para esse tipo de situação. E esses detalhes são tão importantes para nós, que há casos em que muitas empresas fazem uma relação triangular, usando outros países, para fugir desse tipo de regra, por conta dos prejuízos que são muito grandes”, explica Blairo Maggi, exemplificando com o protocolo entre Brasil e Rússia.
Durante o encontro na Comissão da Agricultura, do Senado, a ministra Kátia Abreu revelou que os protocolos de relações comerciais internacionais dos últimos 10 anos estão sendo revistos de acordo com os interesses do Brasil. A ministra frisou ainda que as mudanças do sistema são constantes, o que tem levado a análise de um a um dos documentos.
“Estamos avaliando os protocolos de 2005 para cá, as mudanças do sistema são muito constantes, e por isso estamos analisando um a um. Já fiz, inclusive, um apelo ao adido de agricultura (do Brasil) no BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Quando nós abrimos exceções em alguns protocolos, nós perdemos a razão, por assim dizer. Precisamos ter um marco, um foco, e brigar até as últimas consequências em cima dessa normalidade, dessa regra internacional”, declarou Kátia Abreu.
Em 2011 a Rússia, no caso da carne bovina, suína e aves, chegou a embargar cerca de 100 plantas frigoríficas brasileiras, sendo 22 de Mato Grosso, por achar que as regras sanitárias impostas por ela não estavam sendo cumpridas pelo Brasil. Desde 2013 a Rússia retomou a reabilitação das plantas, além de habilitar novas unidades.
