A crise econômica enfrentada pelo Brasil em 2015 nada mais é um desdobramento da crise financeira iniciada em 2008. A pontuação é da jornalista especialista na área econômica Salete Lemos, durante palestra nesta terça-feira (14), na 8ª edição da Parecis SuperAgro. Segundo a palestrante, o país errou no momento em que faturou muito e não investiu.

Salete Lemos participou do terceiro dia da Parecis SuperAgro, realizada em Campo Novo dos Parecis. A jornalista abordou a atual conjuntura econômica brasileira.

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De acordo com a jornalista especialista na área econômica, esse cenário pelo qual o Brasil passa começou em 2011 e seguiu agravando-se. Na visão de Salete Lemos o que o Brasil enfrenta hoje é nada mais que um desdobramento da crise financeira mundial iniciada em 2008.

“O Brasil aconteceu. A crise faz pensar e colocar em movimento. E naquele momento, o país esqueceu a crise e se voltou para o mercado interno; foi atrás de crédito”, pontuou Salete Lemos ao afirmar que em meio à crise mundial de 2008 o Brasil teve a oportunidade de se diferenciar economicamente diante os demais países, tanto que entre os anos de 2008 e 2010 o Brasil ganhou mais de 40 milhões de consumidores e viu uma nova ascensão da Classe C.

Segundo Salete Lemos, foi com esse ganho de mais de 40 milhões de novos consumidores do Brasil que levou o mercado internacional a voltar seus olhos para o país, contudo, o governo federal não soube economizar. “O principal fator que emperra o crescimento econômico é o descontrole das contas. Erramos no momento em que faturamos muito e investimos em nada”.

Para a jornalista o momento de o governo federal cortar gastos chegou e tais cortes são com pessoal e ministérios. Ela ressalta que 99% da receita nacional está comprometida com pessoal. Salete Lemos reforça que sem a realização dos cortes a dívida seguirá crescente. “Toda vez que se perde o controle da economia, a inflação salta”.

Conforme a palestrante, em 2015 "ninguém está consumindo e ninguém está investindo. Crise é sinônimo de oportunidade. Este é o momento de reassumir o controle sobre a situação".