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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Mato Grosso fará audiências públicas com setor produtivo para discutir Ferrovia Transoceânica

Foto: Ilustração

Mato Grosso fará audiências públicas com setor produtivo para discutir Ferrovia Transoceânica
Mato Grosso iniciou o debate sobre o projeto de construção da megaferrovia que liga o Brasil e Peru, e torna mais curto o caminho para a China, por meio do Oceano Pacífico. Trata-se da Ferrovia Transoceânica, que é uma extensão da Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), e vai facilitar o escoamento de grãos para um dos maiores consumidores da nossa produção, que é a China.


Em reunião nesta terça-feira (19), o presidente da Assembleia Legislativa Guilherme Maluf (PSDB) se reuniu com o vice-governador Carlos Fávaro e propôs a realização de audiências públicas em todo o Estado para discutir o projeto com o setor produtivo e o Governo do Estado. A idéia é fazer a primeira audiência em junho.

Maluf afirma que a intenção é construir uma agenda junto ao Governo Federal para se inserir na discussão, tendo em vista as demandas regionais como os estudos de licenças ambientais. “Não queremos ficar de fora da discussão desse projeto estruturante que é de fundamental importância para o nosso Estado. Como queremos estar preparados, vamos nos antecipar”, argumenta Maluf.

Custo e traçado

Com custo estimado em R$ 30 bilhões, o corredor de trilhos entre os oceanos Atlântico e Pacífico foi discutido nesta terça-feira também pela presidente Dilma Rousseff (PT) e o primeiro-ministro da República Popular da China, Li Kequiang, no Palácio do Planalto.

A ferrovia Transoceânica cortará Mato Grosso de Leste a Oeste, com um terminal no município de Lucas do Rio Verde, localizada a 332 km de Cuiabá. Pelo desenho original, a Transoceânica começa no Rio de Janeiro, passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre e, de lá, segue para o Peru, de onde sairão os navios para a China.

Além de ser um dos projetos-chave na integração sul-americana, essa logística é vista de forma estratégica para o barateamento do frete e redução do tempo de escoamento de grãos, permitindo que o Brasil exporte pelo Pacífico soja e minério de ferro, dois dos seus principais produtos no comércio com a China.

De acordo com o presidente da Assembleia Legislativa, Mato Grosso precisa ser mais competitivo em nível internacional e esse novo traçado contribuiria decisivamente para a logística estadual. Com esse projeto sendo bem sucedido, Maluf acredita que outros investidores serão atraídos.

“Já tem uma secretaria que cuida de assuntos internacionais, mas acho que devíamos ampliar isso, por isso, apresentamos a sugestão para constituir um núcleo com a participação do Legislativo, para discutir o contato com países emergentes dispostos a fazer investimentos no nosso Estado. Passamos por dificuldades de conjuntura financeira e a parceria com governos internacionais será importante”, afirmou.

Comércio entre MT e China

A construção dessa ferrovia, que mudaria o mapa do sistema logístico internacional, é visto pelo vice-governador de forma positiva para Mato Grosso. Fávaro lembrou que o mundo utiliza os modais ferroviário e hidroviário, e o Brasil ainda insiste no rodoviário.

O vice-governador afirmou que toda obra de infraestrutura é indutora de desenvolvimento para Mato Grosso, e essa ferrovia que liga Leste a Oeste, fazendo ligação com a China, aumenta consideravelmente a competitividade de Mato Grosso, uma vez que o Estado tem a China como principal comprador da soja produzida em solo mato-grossense e perde com a falta de infraestrutura.

Atualmente Mato Grosso é responsável por 31% da produção da soja brasileira, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ele ressalta ainda que Mato Grosso vai entrar no debate mostrando a potencialidade e que isso certamente vai expor a viabilidade econômica dessa nova obra para tratar da questão de licenciamento e infraestrutura.

“Hoje a infraestrutura logística de Mato Grosso é uma das piores do mundo e ainda assim, somos os maiores produtores de soja, milho, algodão, temos o maior rebanho bovino. Se conseguirmos reduzir em US$ 50, US$ 70 por tonelada, vai ser um grande benefício”.

Essa discussão antecipada sobre a megaferrovia em Mato Grosso pode resultar em maior divulgação das potencialidades do estado, de acordo com o vice-governador. “O estado ainda está adormecido na produção, mas tem capacidade para produzir, só em Mato Grosso, o que o Brasil já produz. Mas isso só vai acontecer com a logística mais eficiente. Vamos mostrar o potencial e a viabilidade econômica dessa nova obra”, argumentou Fávaro.

Brasil e China

Dilma e Li Kequiang assinaram 35 acordos de cooperação em oito áreas que envolvem investimentos de US$ 53 bilhões. Além da infraestrutura, o planejamento estratégico, transporte, agricultura e energia são outras áreas que fazem parte do acordo.
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