Em 2016 a utilização do consórcio para a compra de veículos, seja para passeio ou trabalho, e imóveis em Mato Grosso cresceu significativamente no comparativo com 2015. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o potencial de participação dos consórcios na comercialização de veículos registrou alta em todas as categorias (veículos leves, caminhões e motocicletas) mesmo dia a recessão econômica. A modalidade é vista como uma forma de "poupança" para quem adquire uma cota.

“Todo o mês conseguia economizar um dinheirinho e para não gastá-lo com bobagens optei em fazer um consórcio de um veículo, mesmo já possuindo uma moto. É uma forma de poupança forçada e ao mesmo tempo penso no futuro, pois sou recém casado e os filhos podem vir e não posso carrega-los em uma moto”, comenta o administrador de empresas Ralf Pereira.

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Estudo da ABAC mostra que no primeiro semestre deste ano Mato Grosso liderava o ranking de potencial de participação dos consórcios nas venda de veículos leves no país. O potencial da modalidade nas vendas era de 62,4% contra os 37,8% do período em 2015, quando ocupava o terceiro lugar. O segundo lugar do ranking permanece com a Bahia que saltou de um potencial de participação nas vendas de 42,2% para 60,4%.

Ao se analisar as vendas de caminhões a potencial participação dos consórcios saltou de 167,5% para 232,8%. O Estado, de acordo com a Associação, é líder na busca de consórcios para a aquisição de caminhões. Já nas motocicletas Mato Grosso saltou do 7º lugar com um potencial de participação de 74,2% nas vendas de motos para 4º lugar com 104,9%.

No caso dos imóveis o salto foi de 16% de potencial na participação nas vendas para 30,9%.

De acordo com o presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi, a região Centro-Oeste, onde Mato Grosso está inserido, tem mostrado um comportamento bastante diverso das demais regiões do país, tendo-se em vista a sua vocação agropecuária.

No caso dos caminhões o Centro-Oeste lidera o ranking com uma potencial participação de 120% nas vendas de tal tipo de veículo, por exemplo.

"Por se tratar de uma região com baixa densidade populacional, mas com atividades agrícolas e pecuária bastante, a maioria dos habitantes do Estado de Mato Grosso tem boa renda pessoal e familiar, além de ser atenta às finanças pessoais. Desta forma, com foco na educação financeira, os consumidores buscam a qualidade de vida consumindo bens, levando em conta as melhores escolhas, nas quais os consórcios têm boa presença", observa Rossi em entrevista ao Agro Olhar.

Questionado sobre o momento pela qual o Brasil passa de recessão econômica nos últimos dois anos, Rossi pontua que "no comportamento somente deste ano, observamos a modalidade em patamares inferiores ao ano passado, contudo em ritmo crescente, especialmente a partir do mês de maio. Consciente da importância de suas finanças pessoais, familiares e até mesmo empresariais, o consumidor tem pesquisado, analisado, comparado oportunidades e, muitos têm optado pelo consórcio".

Poupança

O presidente executivo da ABAC salienta que o consórcio é sem dúvida uma "poupança com objetivo definido". "Trata-se de mecanismos de autofinanciamento com características próprias, como custos mais baixos, parcelas adequadas ao orçamento, prazos mais longos de pagamento, poder de compra à vista, com possibilidade de negociar e barganhar descontos quando da contemplação".

Rossi salienta ainda que "é possível utilizar até 10% para fazer frente a despesas com o pagamento de tributos, transferência da propriedade, registros cartoriais e seguros do próprio imóvel. São razões por si só que já coloca os consórcios como um dos principais aliados daqueles que atuam tanto na agricultura como na pecuária, como pessoas físicas ou jurídicas”.