Na era da tecnologia, dos acelerados fluxos de informação, em que 89% dos jovens de 18 anos querem empreender, querem estar no topo, querem liderar, cansaram do marasmo. Nós, jovens de 25 a 35 anos, ficamos décadas acreditando em medidas assistencialistas que na prática criaram distanciamento da realidade. O jovem mais novo quer ser protagonista de sua vida, quer se destacar pelos seus méritos, em busca de oportunidades que se multipliquem.

Em vista de todo esse movimento, conheci o programa “Educação Empreendedora” (esse termo, na realidade, data do século XVII e tem origem na economia, com Jean-Baptiste Say), foi paixão à primeira, a segunda, a terceira vista. O SEBRAE entrega uma cartilha de “como empreender”, com materiais teóricos, distribuídos gratuitamente para as escolas interessadas, dividido em 4 etapas, e com consultorias aos professores que ministram em sala de aula as disciplinas: Jovens empreendedores “primeiros passos”, Crescendo e Aprendendo, Despertar e disciplina de empreendedorismo.

Interessante que apesar do programa supra citado ser bacana e de vários gestores públicos o receberem muito bem, as escolas públicas de MT tem dificuldades em aderi-lo. As respostas que temos é que essa ideia é boa, mas precisa do engajamento dos professores, faltam facilitadores que promovam o diálogo com o corpo técnico das escolas, ainda são poucos os estímulos, e é muito importante o envolvimento da sociedade civil organizada no universo do empreendedorismo. 

Fazíamos empreendedorismo social no centro acadêmico da faculdade, desenvolvíamos atividades voltadas para os acadêmicos, organizamos congressos de nível nacional, fizemos festas de calouro por volta de 2010, tudo com objetivo de comprar livros e ajudar a nossa comunidade, e em 2018 no começo de novembro, percebi que esse conceito está mais vivo do que nunca e tem se expandido, exemplo disso foi o projeto “Bemempreender”, uma noite de imersão que reverteu mais de 10 mil reais para APAE, foi organizado pelo gabinete do vereador Felipe Wellaton, intervenção poderosa do poder público na vida das pessoas, já que aprendemos muito no projeto, fizemos networking e colaboramos. Todos que estavam ali fizeram o movimento dar certo, foram protagonistas, mas a presença do gabinete foi fundamental, pois organizavam o evento. 

Ou seja, o poder público precisa olhar para a sociedade civil organizada (para AIOESEC, para o Rotaract, para as PJs, juventudes religiosas, para coletivos e associações de políticas voltadas para os jovens), e enxergar parceiros que estimulem essa turma de menos de 18 anos a sonhar, mas de forma direcionada, envolvendo também os empreendedores das cidades em suas ideias, e aproximando as escolas das cadeias produtivas. 

E se a chave mestra é o empreendedorismo, as escolas e a educação são o caminho para os jovens se descobrirem líderes capazes de protagonizar na sua comunidade. Nesse sentido, os conselhos de juventude regionais e estadual deverão ditar os avanços do empreendedorismo, acredito que os conselhos devem focar nos novos rumos para a juventude, temos que formar em desenvolver pessoas capacitadas a encararem o mercado de trabalho, hoje 29% dos jovens de 18 até 24 anos estão desempregados, porque não empreender? Porque não ensinar desde cedo que esse jovem precisa se virar?
 
Em tempos de partidarismos, de guerras ideológicas, não devemos perder tempo mais com segmentações, temos que nos apegar em instituições como o SEBRAE, e outras organizações da sociedade civil que ajudem o Mato Grosso e o Brasil na “transição da mentalidade assistencialista para a empreendedora”. O momento é oportuno para criar o maior movimento de jovens que já se presenciou, uma onda de empreendedorismo que os desenvolverá e os capacitará para o mercado de trabalho, os estimulando para o mundo dos negócios, os aliando aos “grandes” empreendedores das diversas regiões do país e do estado, sob o prisma da desburocratização dos órgãos controladores, incentivando a disputa de estímulos financeiros através de projetos promissores, os empoderando, criando ambiente para sonharem com os pés no chão, a serem líderes através do protagonismo dentro das suas famílias e das comunidades que vivem. A chave mestra é o empreendedorismo! 


Adilson Aparecido De Souza Júnior /e-mail adilsonxuxa@xxaer.com.br