Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

Sou Chalie, mas..

Sou Chalie, mas..

Os últimos atentados terroristas na França chocou o mundo ocidental. Pretensos terroristas atacaram um dos jornais franceses de humor ácido e contundente contra religiões, política,economia ou outro qualquer assunto interessante da sociedade. A caneta do Charlie Hebdo atirava para todos os lados. Frequentemente contra os islâmicos e seu profeta Maomé. O ridículo era a expressão usada para negativar sempre suas denúncias.
O humorista é o Álter ego da sociedade que com seus traços sutis, nos alerta sempre das contradições dos discursos oficiais e oficiosos de determinada elite.  O humor mostra que nada é cem por cento, que tudo tem contradições e inverdades.

O Charlie Hebdo está no país certo, à França. Ela é que tem a tríade Liberdade, Fraternidade e Igualdade, criada no decorrer do século XVII e XVIII, entre o Iluminismo e a Revolução Francesa. Charlie é a essência desse escopo filosófico, se intitulando inclusive como jornal irresponsável, sem responsabilidade com este ou aquele grupo, com esta ou aquela tendência. Embora de esquerda, criticouessa ala sempre que necessário.
Ultimamente tinha uma predileção pelo profeta Maomé, o que sempre incomodou os radicais islâmicos. Anos atrás ao publicar charges do profeta e republica-los em jornal dinamarquês, trouxe um verdadeiro incêndio na Europa. Atentados e gritos de vingança não tardaram a acontecer e o jornal foi jurado de morte.

A morte de 12 chargistas/jornalistas de forma cruel e desumana é a resposta dos radicais, antigamente chamados de Xiitas, hoje com nomes que vão de Al Qaeda a Estado Islâmico. Um simples lápis criando traços infantis e caricaturais levou um bando de loucos a tirar a vida de dezenas de pessoas.

O diálogo está morto, a violência impera a lei do mais forte, mais armado, mas sorrateiro e vil, e toma olugar da velha e antiga forma de convivência, ou seja, viver em paz com o outro.

Mas os ataques escondem um emaranhado de coisas de um passado remoto e presente da comunidade negra, mulçumana e árabe que vivem na Europa. Esses desgarrados são vistos como aescória social. Não são confiáveis, vivem em guetos e são cidadãos de segunda classe.

A França colonizou boa parte da Arábia, e noroeste da África no século XIX. De lá tirou muitas riquezas e levou para seu país. Levou também migrantes que não foram bem aceitos e que hoje usam da religião para expressar suas necessidades num país que embora ostenha acolhidos, usa-os como mão de obra barata e os exclui da cidadania, conceito inclusive ostentado durante a construção da República francesa iluminista.
Sou Charlie, mas não posso esquecer o outro lado. A guerra continua entre o ocidente cristão,e o oriente mulçumano. Deus é grande...
 
Pedro Felix escreve em Cuiabá
 
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