Olhar Direto

Sábado, 27 de abril de 2024

Opinião

Fundamentalismo político

O PSDB e as forças que o apoiam interna e externamente estão criando no Brasil grupos diversos de fanáticos. Estes grupos poderão facilmente desembocar em organizações como o Estado Islâmico, Boko Haram, Mujehadin e tantos outros.
 
Fanatismo, violência e atrocidades não são campos ligados ao sentimento religioso. São campos ligados à estrutura da personalidade humana e colocados em ação mediante técnicas de controle social dirigidas. O senso comum chama a isto de lavagem cerebral.
 
Foi assim, e não por meio de sentimento religioso, que o nazismo e o fascismo transformaram centenas de milhares de jovens em fanáticos assassinos. O PSDB, ao apoiar, incentivar e financiar estes grupos, tem agido da mesma forma que agiam Hitler e seus auxiliares.
 
A base do fanatismo é, entre outros fenômenos, a demonização de todas formas de domínio político diferente da minha, o ódio visceral ao nosso opositor, seja este uma organização (o comunista, o petralha, o coxinha) ou uma pessoa (o Lula, O Hadad, a Dilma) e o nacionalismo exacerbado. Daí se parte para o controle ou a eliminação do outro.
 
O Estado Islâmico controla a vestimenta das pessoas. Não só das mulheres. Um muçulmano vestido como um ocidental, com calça jeans e camisa listrada, corre o mesmo risco de punição que corre uma mulher naquelas regiões. Hoje, no Brasil, você se torna vítima dos referidos grupos direitistas ao sair às ruas à pé, ou de ônibus, ou de metrô vestindo uma camisa do PT ou do PCdoB. Atacam. E não são movidos por sentimento religioso algum, mas pela índole violenta e intolerante que faz parte da estrutura humana e que é posta em movimento por quem controla esses robôs.
 
Talvez pela ausência de partidos no mundo árabe o neofanatismo nacional vai além dos grupos islâmicos. A filiação ao PT é hoje risco de vida no país. Atacam filiados em restaurantes, hospitais e em livrarias, como fizeram com Eduardo Suplicy, Fernando Hadad, Guido Mântega e Patrus Ananias. Atacam até em funerais como fizeram com o ex senador e presidente da Petrobras José Eduardo Dutra.
 
No Brasil, como no Oriente Médio, esses grupos só crescem na medida em que é injeto dinheiro em suas estruturas. Basta ver as manifestações do dia da proclamação da República em Brasília. Para esta manifestação parece que não rolou muito dinheiro de seus apoiadores e aliados. Apareceu então uma meia dúzia de gatos pingados berrando contra o povo brasileiro que lá não estava. Sem dinheiro, não vão muito longe.
 
Nossos grupos fanáticos querem dinheiro e armas. E vão tê-las. E poderão usá-las legalmente a partir dos 20 anos de idade. Os do Oriente Médio já as têm e sabem muito bem manejá-las. Os daqui aprenderão com rapidez. Já fazem ensaios simbólicos quando figuras desses movimentos aparecem nas mídias sociais empunhando metralhadoras. Quando estiverem armados, será o fim.
 
O conflito não é religioso nem aqui, nem no Oriente Médio, nem em Paris. É um conflito político gerado pelas forças inescrupulosas que agem no campo político nacional e internacional.
 
Paulo da Rocha Dias é jornalista e professor do Curso de Jornalismo da UFMT
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