Olhar Direto

Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Opinião

Seria amor?

Muito tem se ocupado a imprensa e as mídias sociais com o novo amor de Temer. Vale para o usurpador um ditado político que é atribuído a Ulysses Guimarães: "o sexo é o poder dos jovens e o poder é o sexo dos velhos." A mulher nova, com a beleza e o recato (que nada mais é que sexo em estado bruto) conquistou um dos homens mais rico, mais poderoso e mais traidor do país. Trata-se de uma usurpação mútua.
  
Uns falam em golpe, sem jamais mencionar o baú. Falam até mesmo em pedofilia. Ato considerado mundialmente como criminoso, mas perfeitamente aceitável no Brasil quando cometido por gente rica e poderosa. Temer estaria unido à nova esposa por laços de pedofilia permitida, dizem.
  
Outros falam em traição, palavra incompreendida. E ao falarem, ferem diretamente o recato da moça em volta dos trinta, filha de um humilde funcionário da prefeitura de São Paulo que se une a um velho beirando os oitenta. Este sim,  muito dado a traições. Temer passou a ser para esta moça a imagem do mundo ao qual ela aspirava pertencer por necessidade. E não são mágicas do acaso, como dizem. A necessidade não tem mágicas.
  
Perguntam ainda pelas redes o que representa para Temer sua verdadeira esposa, o que lhe representa Dilma Rousseff a quem traiu descaradamente e o que representa as dezenas de mulheres expulsas do comando do Estado por um ministério só de homens brancos. De fato, Temer é homem dado a traições.
  
A fidelidade na política e no matrimônio de Temer não é a primeira de todas as virtudes, não dá unidade à vida. É por isso que o Presidente Golpista se estilhaça em mil impressões fugidias. É a traição e não a fidelidade que o fez aproximar-se de seu novo amor. Trair é sair da ordem e partir para o desconhecido Temer não conhece nada mais belo que trair e assim trai até mesmo sua traição inicial.
  
O caso com a bela, recatada e do lar menos que amor, seria a reação histérica de um velho que compreendendo em seu foro íntimo sua inaptidão para o amor, começa a representar para si próprio a comédia do amor. Seu subconsciente se mostra tão covarde que escolhe para sua comédia essa modesta filha de empregado de prefeitura que, no viés prático, não teria possibilidade alguma de entrar em sua vida.
  
Proliferam ainda pelas redes comentários de que a moça, antes, teve nove pretendentes e os rejeitou a todos. Eram todos jovens, de sua idade e de beleza comparável à dela. O primeiro era o mais bonito da redondeza, o segundo o mais espirituoso, o terceiro era o mais saradão, o quarto praticava esportes, o quinto era da melhor família, o sexto compunha e recitava versos, o sétimo era do circo Knieps, viajara pelo mundo inteiro e tinha a tatuagem de um anjo estampada na extensão direita de sua barriga, o oitavo tocava violino e o nono era o mais viril dos homens. Ela os rejeitou a todos.
  
Temer não tinha as qualidades desses jovens. Beirando os oitenta, há muito perdera a virilidades e não conseguia sequer tocar violino. Mas a moça teria escolhido firmemente o décimo. Apesar de todas as lacunas, Temer tinha duas qualidades que os outros não tinham: poder e dinheiro. O povo das redes sociais pensam nos outros pretendentes. Acham-nos todos muito melhores que o décimo. Por amor ao dinheiro fácil, desde o início da humanidade, haverá sempre quem alugue o próprio corpo.
  
Paulo da Rocha Dias é jornalista, professor do curso de jornalismo da UFMT e autor do livro "O amigo do Rei: Rizzini, Chatô e os Diários Associados".
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