Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

“Oxente! Agora vai!!!”


 
Era sempre assim que o apaixonado maestro da ”fervorosa” banda de música municipal de Várzea Grande dizia por onde passava nos corredores do Paço Municipal Couto Magalhães.
 
E foi. A música perdeu há 14 anos, precisamente em 19 de maio de 2002, um dos seus mais apaixonados apreciadores, talvez o “último romântico”, como bem definiu um admirador.
 
Vítima de enfarte fulminante, aos 66 anos, o maestro Manoel Teixeira deixou órfã a então Banda Municipal de Música da Cidade Industrial. Teixeira, como era conhecido, dedicou com todo amor e energia os últimos anos de sua vida à banda da Vajú e deixou um profundo vazio no coração dos amantes da boa música.
 
“La Mer, Sonho de Verão, Meu Velho, Amigos para Sempre...”. Quem viveu os áureos tempos da bandinha municipal, com certeza se emocionou pelo menos um instante com as músicas preferidas do maestro Teixeira.
 
Era uma banda eclética, tocava dobrados, rasqueados, chamamé e muitos outros ritmos animados que agradavam ao público.
 
Em todas as solenidades da prefeitura, ou nos desfiles de 15 de maio ou 7 de setembro, lá estava o “Teixeirinha” à frente da Guarda Municipal com a batuta erguida, regendo com ouvidos atentos para aferir de cada instrumento a mais pura e bela sonoridade.
 
Sempre alegre e otimista, o músico militar maranhense Manoel Teixeira de Oliveira, natural da cidade de Brejo, fez uma carreira brilhante nos 29 anos que morou em Mato Grosso. Comandou a Banda da Polícia Militar, atuou na Orquestra Sinfônica da UFMT e, de maneira marcante, reorganizou e sempre esteve à frente da Banda Municipal de Música de Várzea Grande.
 


Sob o seu comando, a banda várzea-grandense ganhou notoriedade, tornou-se uma referência na área musical, sendo solicitada para apresentar inclusive em festas de outras cidades do Estado.


Manoel Teixeira deixou sem ver “a banda passar” a esposa Francisca Oliveira, cinco filhos, netos e muitos amigos.
 
Após a sua morte, a banda passou pelas mãos de muitos outros maestros, mas não empolgava, vindo a ser extinta pelo então prefeito Murilo Domingos, com a justificativa de que tinha que “cortar gastos”, na Prefeitura de Várzea Grande, em tempos de crise anterior.
 
Como não podia deixar de ser, “Teixeirinha” seguiu para a eternidade levando ao seu lado a inseparável clarineta preta, que o maestro tão bem soube tocá-la e com ela tocar os nossos corações.
 
 
*Wilson Pires de Andrade é jornalista em Mato Grosso.
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