Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

A inversão da notícia

O papel do jornalista é noticiar, contar história, narrar um fato, emocionar. Não importa a hora, o local, as condições climáticas ou geográficas de onde a notícia ocorre, o jornalista está ali, lá, aqui, acolá. E assim, você, seja na condição de leitor, telespectador, ouvinte ou internauta, tem sempre a certeza de que receberá a notícia em primeira mão.

E com essa ânsia em dar o ‘furo’ – como é chamada a notícia dada em primeira mão no meio jornalístico –, o profissional dessa área esquece de tudo e de todos, sendo o mais importante para sua vida, naquele momento, noticiar o fato.

Para isso, ele enfrenta a timidez e faz a pergunta de forma mais contundente; o medo de altura e escala montanhas e arranha-céus; a força do mar e mergulha em águas profundas; o horror da guerra e encara os bombardeios; a violência das ruas e vai de encontro com manifestantes revoltosos; a distância da família e viaja mundo afora atrás da notícia.

Tudo isso para quê? Para dar a você, a informação sobre o que ocorre na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, no seu país, no mundo todo. E quando esse profissional está tão perto da fonte, a notícia sai mais “quente” – jargão jornalístico para atribuir fato novo sobre um assunto.

E foi assim que 20 colegas de profissão, uns mais experientes, presentes em importantes acontecimentos esportivos; outros começando a ascender na carreira, com grande destaque em cobertura nas Olimpíadas Rio 2016 e no Brasileirão, foram a pauta nas redações.

Experientes ou jovens, de diferentes idades, cultura, vivência; porém, todos eles imbuídos por um sentimento único, que os uniam e os deixavam iguaizinhos: a paixão pela busca da informação.

Para uns, pode parecer ironia do destino; para outros, pode ser capricho divino, em tornar notícia, aqueles, responsáveis por transmiti-la. E, ao lado de suas fontes, perderem suas vidas, em uma tragédia de comoção mundial.

O acidente aéreo ocorrido na manhã dessa segunda-feira (28.11), na Colombia, com a equipe brasileira de futebol Chapecoense, vitimou ao todo 71 pessoas, deixando um vazio no coração daqueles apaixonados pelo esporte.

Mas, além da perda vivenciada por todos que compartilham esse universo mágico chamado futebol – paixão brasileira e mundial –, esse desastre também deixou um vácuo no meio jornalístico, tirando do cenário, profissionais talentosos, competentes e, especialmente, apaixonados em dar a notícia.

Assim como no futebol, a imprensa brasileira também está em luto!

Dana Campos é jornalista e assessora de imprensa da Polícia Militar de Mato Grosso
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