Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

Eleições indiretas já!

Vejo pessoas pedindo eleições diretas. A Constituição é clara quando diz que as eleições, depois da segunda metade do mandato, serão indiretas. Falar sobre isso seria como pedir para mudar as regras do jogo no meio da partida. Não me parece uma boa solução, apesar da conveniência. Já temos a regra. Temos que aplicá-la. Ou teríamos de instituir de vez a baderna como código de conduta.

Até porque uma eleição direta, uma decisão no afogadilho, só nos levará a perpetuar os erros do passado. Lula adoraria voltar ao Poder agora. Poderíamos ver um Bolsonaro ascender. Tudo isso seria trágico. Aliás, um erro que teria cinco anos de mandato, já que não seria capaz de resolver em pouco mais de um.

Não precisamos de uma solução instantânea, de um herói imediato, um salvador da Pátria. Essa figura está, na verdade, dentro da capacidade de reflexão de cada cidadão, está no pensar no renascimento da nação, está dentro de nós. Eu e você temos de decidir qual o futuro queremos. E para isso não devemos ter pressa.

O convido a suportar o tempo de gestação e as dores do parto. Ir às ruas. Dizer o que queremos, muito mais do que quem queremos. A polarização política e partidarização do debate só trará mais cegueira. A razão deve vir do centro, do equilíbrio entre razão e emoção. 

Dentro desta perspetiva, a melhor solução, por mais incrível que pareça, está no Congresso Nacional, que tem o dever de eleger um nome de consenso. Devemos cobrar nossos parlamentares, para colocarem por terra o antagonismo e agirem, pelo menos desta vez, de maneira republicana, indicando uma pessoa de reputação ilibada e com capacidade de tocar a agenda positiva, que o Governo atual não tem mais condições de fazê-lo. 

As reformas são necessárias para colocar a economia de volta nos trilhos. Não estou dizendo que ela deve ser feita do jeito que está. Nem acredito que do jeito que será feita, será tudo perfeito. Haverá erros, sem dúvidas. Mas a coragem de fazê-la é acertada. E se elas forem feitas ainda neste ano, as chances de retomarmos o crescimento dentro de um ou dois anos são grandes. Caso contrário, só na próxima década. 

Hugo Fernandes é jornalista e pós-graduando em ciências políticas
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