Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

"Maio Amarelo" é o ano todo

Durante o mês de maio os Departamentos de Trânsito (DETRAN's) de todo o país intensificam seus esforços na campanha "Maio Amarelo". Atividades de conscientização são realizadas com crianças e adultos, motoristas e pedestres. O objetivo é salvar vidas.
 
Atualmente, o Brasil possui o quarto trânsito mais violento das Américas. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçam algo que já sabíamos: é preciso ter mais atenção quando estamos em movimento pelas cidades, seja atrás do volante ou no passeio.
 
Fazer o exercício diário de não se estressar enquanto estiver dirigindo ou pilotando, tomar cuidado ao trafegar e respeitar as preferenciais pode parecer bobagem, mas com pequenas atitudes podemos mudar nossa realidade. Só quem já sofreu alguma violência no trânsito sabe como o nervosismo só piora as coisas.
 
Em Cuiabá, ao mesmo tempo em que o movimento da gentileza no trânsito parece engrenar, os acidentes, principalmente envolvendo motociclistas, ainda acontecem em grande número. Enquanto alguns cedem espaço, outros insistem em ultrapassar pela direita e não utilizar a seta.
 
Mais que cultivar a cortesia, temos que incentivar a educação. Todo dia um episódio de fúria e/ou imprudência nesse espaço, que deveria ser democrático, acaba tornando-se manchete. Faixas compartilhadas entre ciclistas e pedestres viram estacionamento, faixas exclusivas para ônibus são usadas para ultrapassagens indevidas, carros e motos avançam sobre pedestres...
 
A realidade cuiabana teve uma melhora significativa quando foram implantados dispositivos que detectam o avanço semafórico, câmeras de segurança, lombadas eletrônicas e radares. Só através do impacto no bolso é que a população começou a se preocupar com as leis de trânsito.
 
Mas antes de criticar esses equipamentos, que tal fazer uma autocrítica: Se você não estivesse sendo vigiado, atenderia o celular enquanto está dirigindo?
 
Por isso é sempre bom relembrar a resolução nº 166 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) de 2004: "A educação para o trânsito ultrapassa a mera transmissão de informações. Tem como foco o ser humano e trabalha a possibilidade de mudanças de valores, comportamentos e atitudes. Não se limita a eventos esporádicos e não permite ações descoordenadas. Pressupõe um processo de aprendizagem continuada e deve utilizar metodologias diversas para atingir diferentes faixas etárias e clientela diferenciada".
 
Numa sociedade que utiliza automóveis e motocicletas como armas, a educação é a única saída para frear a violência.
 
*Evertom Almeida é Gestor Público, especialista em Gestão de Cidades e servidor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)
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