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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

Poder Legislativo de Várzea Grande, 68 anos de instalação

Divulgação

A década de quarenta foi à fase decisiva para o encaminhamento de Várzea Grande rumo ao progresso. Nem os cinco anos da 2ª Guerra, nem os anos restantes da ditadura foram obstáculos para o crescimento do 3º distrito cuiabano, cujo desenvolvimento já não recebia a fiscalização e o controle da Prefeitura da Cidade Verde, a qual, diga-se de passagem, muito pouco se interessava por Várzea Grande. Tanto isso é fato, pois tudo que foi realizado na pequena vila durante o período que foi distrito de Cuiabá, era feito pelo Estado e nunca pelo Executivo Municipal cuiabano.
 
Várzea Grande cresceu pelo empenho de seu povo altivo e trabalhador, pois naquela altura, ainda não contava com ninguém capaz de representá-la, mas mesmo assim dava os primeiros passos para sua independência.
 
A década de quarenta foi muito importante para o desenvolvimento do distrito, pois surgem os primeiros rebentos do solo varzeano com diplomas de escolas superiores.
 
O varzeagrandense respirou feliz, antevendo a possibilidade de adquirir a autonomia da área reservada ao 3º distrito cuiabano, e com a Constituinte de 1947, a subdivisão política do Estado tornou-se necessária, a fim de acomodar determinadas regiões mato-grossenses, cuja população e riqueza tinham crescido durante os 15 anos da ditadura.
 
Em 1947, Licínio Monteiro da Silva foi eleito deputado estadual e com ele, apoiado pela UDN, sob o comando de Gonçalo Botelho, foi eleito o Dr. Benedito Vaz de Figueiredo, outro constituinte de 1947.
 
Várzea Grande foi incluída entre as prioridades e a 23 de setembro de 1948 conseguiu sua emancipação, com a promulgação da lei nº 126, foi realizado o sonho de todo o povo varzeagrandense de ver um dia, sua terra transformada em cidade, apesar da relutância de alguns cuiabanos.
 
Instalação
 
No dia 25 de julho de 1949, foi instalada a Câmara Municipal do novo município, com seus cinco primeiros vereadores eleitos: Benedito Gomes da Silva, Manoel Santana do Nascimento, João Nepomuceno de Magalhães, Júlio Domingos de Campos e Generoso Tavares, escolhidos nas eleições de 29 de maio daquele ano. Foi seu primeiro presidente o vereador Benedito Gomes da Silva, que em sessão extraordinária do dia 27 de maio, deu posse ao prefeito eleito, Miguel Leite da Costa, que governou o município até o dia 31 de outubro do mesmo ano.
 
Miguel Leite da Costa governou o município por apenas cinco meses e quatro dias, pois após uma recontagem de votos a Justiça Eleitoral declarava prefeito eleito o senhor Gonçalo Botelho de Campos, que também disputara as eleições e foi declarado derrotado por uma contagem mínima de votos.
 
Em uma segunda ocasião, uma decisão judicial resultou a eleição do vereador Estevam Ferreira de Magalhães, ficando assim sem efeito a eleição de Generoso Tavares da Silva.
 
Fazemos este relato para evidenciar fatos que fazem parte da história que culminou com a instalação efetiva no atual Palácio Benedito Gomes da Silva em dezembro de 1992, construído pelo então prefeito Carlos Gomes.
 
Inicialmente, sediada em diminuta instalação à Avenida Couto Magalhães, as reuniões aconteciam em lugares modestos, tudo em consonância com a vida cotidiana dos munícipes, daquela época. Por várias vezes houve necessidade de mudanças, pois até então os recursos eram insuficientes para a aquisição de sede própria.
 
A industrialização e o progresso caminharam juntos; a receita aumentou e o “Projeto da Casa Própria”, sonhado por muitos, foi aos poucos se tornando realidade, concretizando-se na 11ª Legislatura.
 
A realidade exigiu agilidade em todos os setores e para isso foi necessário se preparar para enfrentar a modernidade.
 
Novos tempos, realidades e necessidades vão surgir e como sempre a Câmara Municipal estará na Vanguarda dos acontecimentos, e nunca deixará de ser a Casa do Povo varzeagrandense.
 
Como se vê, desde a instalação do Poder Legislativo e a posse do primeiro prefeito eleito de Várzea Grande, até os dias de hoje a população ordeira dessa cidade, sempre teve que conviver com as constantes interferências do Judiciário e muitas idas e vindas de vereadores e prefeitos.
 

*Wilson Pires de Andrade é jornalista em Mato Grosso
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