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Quinta-feira, 13 de junho de 2024

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suiá missú

Suicídios e assassinatos marcam retirada de famílias, revela presidente de associação

Foto: Olhar Direto

Desespero dos moradores e líderes comunitários

Desespero dos moradores e líderes comunitários

Desde a retirada das famílias da gleba Suiá Missú, no Araguaia, realizada no final de dezembro passado, às vésperas das festividades do Natal e Ano Novo, mais de oito suicídios foram registrados pelos membros da Associação dos Produtores Rurais da região atingidos pelas desintrusão determinada pela Justiça Federal de Mato Grosso.


“Já registramos oito suicídios de pequenos produtores rurais que de uma hora para outra perderam todos os seus bens, a sua casa, seu gado e tudo que levaram anos para construir. Teve gente que foi assassinada por causa de dívida de 20 reais. E outros que venderam uma vaca mas acabou o dinheiro para o lauguel”, revela o presidente da associação dos produtores, Sebastião Prado.

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Segundo ele, a situação é desesperadora e de muita tensão entre os moradores da área que agora se tornaram “sem terras”. “Mais de 1300 alunos do fundamental ao médio ficaram sem escola e 720 propriedades rurais foram deixadas para trás. Desmancharam uma cidade, destruíram tudo”, descreve.

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Ele não poupa críticas à postura parcial do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, o mesmo que criou a reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, m e 2009, quando milhares de arrozeiros foram despejados das terras.

“Sabe o que o ministro Ayres Britto nos disse em uma das audiências em que pedimos a suspensão da desintrusão? Ele disse que estava a favor dos índios e que nós buscássemos uma ordem do Palácio do Planalto para suspender a retirada das famílias”, declarou.

Prado e alguns representantes das famílias voltaram a pedir o apoio do deputado Valtenir Pereira (OPSB-MT) em Brasília, nesta terça-feira (30.4). Valtenir esteve em visita a cerca de 300 agricultores na semana passada que voltaram a ocupar parte das terras que foram cedidas para a criação da reserva indígena Maraiwatsêde.

“Nós vamos continuar lutando pelo que é nosso. Os ministros do Supremo e o governo federal nem leram nossos argumentos. A Justiça Federal de Mato Grosso julgou uma liminar fraudulenta baseada em mentiras do Ministério Público Federal”, disparou.

Além de perder as terras, os produtores rurais foram multados em R$ 5 mil para cada hectare ocupado, segundo a liminar, de forma irregular, já que as terras pertenceriam aos indígenas.

“Vamos continuar recorrendo. Temos chance de revertermos a situação. Temos posse de todos os documentos comprobatórios de nossos direitos”, sentencia Prado ao lembrar que uma Ação Civil Pública tramita em segunda instância no Superior Tribunal de Justiça.

Segundo a Funai, a força-tarefa do governo federal que cumpriu o mandado de desocupação foi composta por servidores da Secretaria-Geral da Presidência da República, Funai, Incra, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Censipam, Força Nacional e contou com apoio logístico do Exército.
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