O desaquecimento da demanda chinesa e europeia por algodão está inviabilizando o cultivo da planta em Mato Grosso, reclama o presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Carlos Augustin.

“Com a diminuição das compras por parte de China e da Europa, houve excesso de oferta e isso derrubou a cotação. Precisará haver redução de produção para equilibrar os preços e o algodão voltar a ser competitivo”, falou Augustin ao Olhar Direto, durante visita a Sinop.

Mato Grosso é o maior produtor brasileiro da fibra, com 998.3 mil toneladas de pluma e 2.5 milhões de toneladas de caroço. A colheita da safra 2011/12 está em torno de 7%. Augustin comentou que a produtividade caiu cerca de 10% por causa de chuvas fora de época na região Sul do Estado.

Conforme o presidente da Ampa, aproximadamente 70% da atual safra foi vendida e 30% da estimativa da safra 2012/13 também já foi comercializada de forma antecipada. “Quem não vendeu antes para garantir os custos não vai conseguir plantar por causa das constantes quedas nos preços internacionais e o aumento do custo de produção”, informou Carlos.

Augustin analisa que haverá redução de área plantada em torno de 30%. O que pode salvar o produtor é o plantio de segunda safra, que no Estado corresponde a 50% do cultivo. “Na área onde o algodão é primeira safra a cultura não consegue competir com a rentabilidade da soja. Então não compensa plantar algodão de primeira safra nos preços atuais”, pontua.