Cerca de 350 homens e mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) estão acampados próximo ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, e bloquearam a rodovia BR 163, que deve ficar interditada até as 11 horas desta segunda-feira (11). Ele deram início as Jornadas de Lutas em mais um ‘Abril Vermelho’. A previsão é que fiquem instalados no local até o dia 17 deste mês. Segundo os integrantes do movimento, já há ameaças de expulsão.

No dia 18, os militantes, das mais diversas regiões do Estado como Cláudia, Sinop, União do Sul, Araputanga, Mirassol, Rosário Oeste e Rondonópolis, seguem em caminhada até Várzea Grande, aonde vão se unir a outros movimentos sociais, para denunciar o estado de abandono da Cidade Industrial.

No dia 19, a caminhada será na capital, encerrando com um ato político, conjuntamente com moradores de Cuiabá, para denunciar o descaso do poder público com a população. “Depois disso, a caminhada segue até o INCRA para fazermos a luta por Reforma Agrária e melhores condições de vida no campo”, explica Antônio Carneiro, da coordenação estadual do MST em Mato Grosso.

Todo ano, nesse mês, o Movimento, em todo o país, realiza atos e protestos para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás em que 19 sem-terra foram assassinados por pistoleiros. O Massacre aconteceu no Pará, há 15 anos; os assassinos continuam impunes.

“Nesse abril, o MST quer também ressaltar que fatos como os ocorridos no Pará demonstram que os resquícios da escravidão continuam muito presentes no Brasil, já que para os donatários e senhores da terra de épocas remotas, matar negros e pobres não era crime e sim limpeza, por isso ninguém era punido por esses crimes. Infelizmente essa realidade ainda continua muito presente nas ações truculentas da justiça, fazendeiros, políticos e do agronegócio”, lamenta Carneiro. Com informações da assessoria.

Atualizada às 10h46