Três dias após a divulgação de uma série de ameaças e disparos contra a sede do Sindicato dos Agentes Penitenciários e a residência de um servidor público ligado ao sistema prisional, foram identificados os  mentores dos crimes. Nesta  sábado, 24, durante coletiva de imprensa, o secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia, responsabilizou os detentos  Marcos Felipe Pires e Sérgio Gonçalvesa, de 38 anos, pelos crimes. Ainda hoje, os criminosos serão ouvidos perante à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

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A dupla, que responde por crime de tráfico de drogas, estava presa no Raio III, da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá,  teria determinado que criminosos executassem as ações em retaliação a uma revista à unidade  que culminou com apreensão de quase 80 aparelhos celulares. Na mesma data, 20 de março, os detentos iniciaram um motim que acabou com morte do  reeducando Jesuíno da Cruz Júnior. A PCE, é a maior unidade prisional do Estado, e foi construída para abrigar 800 detentos. No entanto, como ocorre em todo o sistema prisional, enfrenta a superlotação e comporta mais de dois mil homens.

"Estamos unidos, motivados, para dar as respostas que a sociedade merece", disse Gustavo durante coletiva nesta tarde. 

Ele ainda  garantiu que as forças de segurança estão atuando "de forma a neutralizar qualquer ameaça para a sociedade", ao ser indagado sobre a prisão dos demais participantes da ação. "A ordem saiu dos presídios e estamos realizando diligências no sentido de identificar todos. Iremos prender todos os envolvidos. 

Questionado, se  dois homens apontados como mandantes integram facções criminosas, o secretário disse que só ao término da investigação policial é que essa informação será confirmada ou não. 

Diante do cenário de crise, na manhã deste sábado,24, detentos que estavam na Penitenciária Central do  Estado (PCE) foram recambiados mediante uma grande operação policial. Na última sexta-feira, 23, o secretário de Direitos Humanos e Justiça (Sejudh), Faustro Freitas, afirmou que irá solicitar o pedido de compartilhamento de provas e que deverá ser aberto procedimento que pode resultar na transferência desses detentos para unidade de segurança máxima. 

Quanto à transferência realizada hoje, ele declarou que foi realizado estudo de inteligência e recambiamento para o interior. 

Por medida de segurança,  informações como local de destino dos detentos bem como a quantidade de presos transferidos foram mantidas em sigilo. A ação contou com grandioso aparato policial, até mesmo com emprego do helicóptero da Secretaria de Segurança Pública. 

Na ação de revista foram apreendidos apreendidos 23 telefones celulares, além de grande quantidade de fones de ouvidos, duas facas artesanais e carregadores.