O soldado da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Welliton da Silva Pereira, confirmou à Polícia Judiciária Civil (PJC) que foi o responsável por atirar contra o empresário Rafael Henrique Santi, morto na noite do último domingo (08), durante festa funk na Chácara das Poderosas, em Várzea Grande. Ele prestou depoimento nesta quarta-feira (11) e foi liberado na sequência.

Leia mais:
Polícia apura se soldado da Rotam matou empresário em baile funk
 
“Ele manteve o contato com a Polícia Civil na segunda-feira e ficou marcado para hoje que ele iria prestar depoimento e assim o fez. No mesmo dia, afirmou que tinha feito o disparo contra o empresário”, explicou o advogado Ricardo Monteiro, que faz a defesa do soldado da Rotam no caso, ao Olhar Direto.
 
Ricardo acrescenta que o policial militar estava “conversando com uma pessoa no estacionamento da festa, quando ouviu disparos, atrás dele. Foi então que ele se virou e a pessoa estava muito próxima. Quando viu o rapaz armado, sacou a pistola e se identificou como sendo policial”.
 
O soldado então teria determinado que o empresário soltasse a arma, mas Rafael se virou para ele e apontou a arma, obrigando o militar a efetuar o disparo de arma de fogo: “Foi legítima defesa, para salvaguardar a vida dele e de terceiros que estavam no local, que estava lotado”. O PM prestou depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi liberado em seguida.
 
O caso
 
Segundo as informações do boletim de ocorrências, a Polícia Militar foi acionada por conta de uma suposta tentativa de homicídio. Populares relataram às autoridades que Rafael teria chegado à cena do crime e efetuado vários disparos de arma de fogo para cima.
 
Foi então que uma pessoa, não identificada, atirou contra a vítima. Rafael ainda foi socorrido com vida por um homem que estava na festa até o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo depois de dar entrada na unidade de saúde.
 
Com o empresário foram encontradas seis munições, que estavam dentro de sua meia. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esteve no local do crime realizando os trabalhos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de necropsia. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga.
 
Em nota, a PM disse que tomou conhecimento e está apurando o possível envolvimento: “Por determinação do comandante do Comando Especializado (Cesp), um Inquérito Policial Militar (IMP) foi instaurado para apurar se houve transgressão disciplinar em relação à conduta do militar”.
 
No texto, a Polícia Militar informou também que o soldado não estava no exercício das atividades militares no momento do fato: “A PMMT está comprometida com a total elucidação dos fatos e, em conjunto com a Polícia civil, está trabalhando para um rápido esclarecimento”, finaliza.
 
Talita Francyelli, esposa do empresário, fez diversas postagens em sua rede social após a morte do marido, sendo que em uma delas, aponta um policial como o autor do disparo que vitimou o homem. “Ele era trabalhador e pai de família”. Testemunhas apontaram que Rafael efetuou disparos para cima antes de ser morto.
 
“Olha ai senhor policial, o que você destruiu. Ele era trabalhador e pai de família. Filhos pequenos, que dependiam dele para tudo. O senhor deve estar em casa tranquilo, achando tudo normal”, disse a mulher em uma das postagens. O casal tem dois filhos pequenos.
 
O empresário tinha diversas passagens pela polícia por lesão corporal, brigas, entre outros.