O prefeito de São José do Xingu, Gilberto Mendes Leoncini, em nome dos prefeitos da região denominado como Alto Xingu, na divisa de Mato Grosso e Pará, pediu a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal para desbloquear a balsa que faz travessia no rio Xingu, ligando o norte do Araguaia ao estado do Pará. A balsa está paralisada em função dos protestos realizados pelos índios contrários à construção da hidrelétrica Belo Monte.

O chefe do Executivo municipal resolveu pedir ajuda aos parlamentares e procurou o deputado Adalto de Freitas (PMDB) para acionar a Funai e a Policia Federal, na tentativa de que os órgãos intervenham na situação e consiga liberar a balsa.

No relato do prefeito, ele explicou que os índios da etnia Caiapó paralisaram a balsa porque os indígenas são contra a construção da hidrelétrica, alegando que usina trará impacto para mais de 9 milhões de hectares de floresta, uma área equivale a duas vezes a cidade do Rio de Janeiro.

Os índios compareceram dia 28 de abril em Brasília, onde participaram de uma audiência pública convocada pelo Luís Carlos Hauly (PSDB-PR) e protestaram contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Foram 150 lideranças indígenas pintadas e portando bordunas e flechas. A audiência proposta foi para rediscutir o decreto 7.056 que reestruturou a Fundação Nacional do Índio (Funai), desagradando à nação indígena brasileira.

O deputado Daltinho decidiu atender ao pedido do prefeito de São José do Xingu porque o impasse sobre a balsa estaria prejudicando a população de Alto Xingu e, segundo ele, com a presença da Funai e da Policia Federal talvez seja possível chegar a um acordo sobre a hidrelétrica Belo Monte, motivo de tanta discórdia.

Os povos indígenas têm apoio de ONGs ambientais como Greenpeace e até do diretor do filme Avatar, James Cameron, contrários à construção da usina cuja obra é a segunda mais importante do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), lançado em março pelo governo federal.