Enquanto 12 estados brasileiros, dentre os quais Mato Grosso, dormiam no berço esplêndido da escuridão na noite de terça-feira (10), as termelétricas pouco puderam fazer para suprimir a falta de energia por conta da queda de três linhas de energia da hidrelétrica de Itaipu.
Um exemplo clássico da inoperância governamental ocorria em Mato Grosso, onde a termelétrica Mário Covas, sem nenhum metro cúbico de gás, não pôde entrar como fornecedora do sistema nacional.
Construída com investimento milionário da Enron, a gigante norte-americana que quebrou em 2005, a termelétrica foi inaugurada durante o governo Dante de Oliveira no ano de 2002 com a capacidade de produzir 480 MW de energia a gás e vapor. Porém parou de funcionar em setembro de 2007 devido a problemas operacionais no Gasoduto Bolívia-Brasil.
A Usina Mário Covas foi feita para atender praticamente o consumo total de energia do estado e poderia ter evitado o blecaute em Mato Grosso, mas sem o gás boliviano não gera hoje o megawatt sequer.
Fábio Garcia, diretor-presidente da usina, explica que caso a Mário Covas estivesse funcionando normalmente, não apenas este, mas outros apagões ocorridos no estado poderiam ser resolvidos ou suavizados.