A deputada estadual Janaina Riva (PMDB) criticou a postura do governador Pedro Taques (PSDB), por disparar críticas ao PMDB na campanha eleitoral. Ela tachou o tucano de “bipolar” por usar pesos e medidas diferentes para falar das operações que atingem seu partido e as que atingem as outras siglas.
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“Eu acho que governador está com problema de bipolaridade. Quando ele vai falar acerca da prisão que ocorreu no partido dele e das questões de corrupção que ocorrem no PSDB a nível nacional, ele responde que o partido não pode responder pelas pessoas. E aí no caso que ele cita o PMDB, ele fala o contrário. Então não entendo. Ele só pode ser bipolar. Ele não tem um entendimento único para ambos? Então no PSDB o partido não responde pelo político, e no PMDB responde? Dois pesos, duas medidas. Acho que pau que bate em Chico, bate em Francisco. Se lá as pessoas não podem responder pelo partido, no PMDB da mesma forma”, disparou a deputada.
Segundo Janaina, o candidato a prefeito de Cuiabá pelo PMDB, Emanuel Pinheiro, não pode responder por atos ocorridos na gestão Silval e nem por fatos ocorridos em Sinop, onde o prefeito Juarez Costa (PMDB) foi alvo da Operação Sorrelfa. Em discurso na semana passada, Pedro Taques ligou os dois fatos ao adversário peemedebista, durante evento eleitoral.
“Por que o Emanuel tem que responder pelo PMDB e pelo Silval Barbosa? Quando Emanuel mudou para o PMDB, o Silval Barbosa nem governador mais era. Por que ele tem que responder por Sinop? Por que ele tem que responder por outras pessoas? Ele tem que responder por ele e ele vem fazendo isso”, afirmou Janaina.
"Destempero"
A parlamentar prevê que os candidatos apoiados pelo governador perderão nas principais cidades do Estado, com exceção de Várzea Grande, onde ele apoia a líder nas pesquisas, a prefeita Lucimar Campos (DEM) – apesar de o PSDB estar em outra coligação no município, a aliança não conta com apoio da direção estadual nem do governo.
“O governador está com um pouco de destempero até porque ele já notou que ele vai perder em praticamente todos os polos do nosso estado. Ele só deve vencer em Várzea Grande. Isso é uma resposta à gestão que o governador vem fazendo. E o PMDB – mesmo com todas as dificuldades, com todas essas acusações, como é o caso que o governador faz – nós vamos surpreender, mas justamente pela postura do governador, que na minha opinião é o maior cabo eleitoral da oposição dentro do estado”, concluiu a deputada.
PSDB e PMDB no alvo
A prisão do PSDB citada por Janaina é a do ex-secretário de Educação (Seduc) Permínio Pinto (PSDB), que respondeu pela pasta por mais um ano e quatro meses no governo Taques. O tucano foi alvo da Operação Rêmora, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), e foi preso no dia 20 de julho, após deixar a Seduc. Ele é acusado pelo Gaeco de comandar o esquema de fraudes em licitações em obras de escolas desmantelado na operação.
Na semana passada, Pedro Taques voltou a citar a corrupção no governo Silval Barbosa (PMDB), preso há cerca de um ano, embora sem falar nomes, e mencionou a busca e apreensão ocorrida na casa do prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), realizada horas antes pelo Gaeco na Operação Sorrelfa. As declarações foram dadas publicamente em evento da campanha de Wilson Santos (PSDB) a prefeito de Cuiabá, no Hotel Fazenda Mato Grosso, na noite de quinta-feira (15).
“Todos aqui viram hoje lá em Sinop uma busca e apreensão. Qual é o partido da busca e apreensão? Não precisa falar. Todos aqui sabem o que o partido do candidato do lado de lá quer fazer com Cuiabá. Nós não podemos permitir que façam com Cuiabá o que fizeram com o estado de Mato Grosso”, disparou Taques no palanque. Momentos depois, ele disparou contra a gestão do PMDB no governo estadual. “Quem rasgou Cuiabá e Várzea Grande, quem roubou o dinheiro do VLT não está aqui nesse palanque”, disse o governador na ocasião.
