Mesmo sendo apontado pelos colegas como principal articulador interno para evitar a CPI e a Comissão Processante para investigação do prefeito Emanuel Piheiro (PMDB), o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Justino Malheiros (PV), exgiu respeito e afirmou que não existe subserviência.
“O Poder Legislativo é indepente; tem sua autonomia. Não é um ‘puxadinho’ do Palácio Alencastro”, afiançou ele, em resposta ao vereador Felipe Welaton (PV), que havia sugerido a nomenclatura. Ele luta para afastar do Palácio Pascoal Moreira Cabral a estigma de Casa dos Horrores, que se arrasta desde a década de 2000.
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João Justino tem sido leal a Emanuel Pinheiro, inclusive nos piores momentos. Normalmente quem aparece é o líder do Executivo na Câmara, vereador Lilo Pinheiro (PRP), primo do prefeito, mas a tacada decisiva, via de regra, parte do gabinete da presidência da Câmara Municipal.
Ao contrário dos antecessores Júlio Pinheiro (in memorian) e Haroldo da Açofer Kuzai (SD), Justino é pouco midiático. “Temos compromisso de dar respostas aos anseios da população de Cuiabá e não a grupos políticos”, observou João Justino.
Entenda o caso
As imagens do então deputado estadual Emanuel Pinheiro supostamente recebendo propina, no gabinete do secretário Sílvio César Correa, de Gabinete – da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), divulgadas pelo
Jornal Nacional (
Globo), chocaram os vereadores e a sociedade mato-grossense em geral.
Felipe Welaton, Marcelo Bussiki (PSB), Abílio Brunini Júnior (PSC), Sargento Joelson Fernandes (PSC), Dilemário Alencar (PROS) e Gilberto Figueiredo (PSB) se manifestaram favoráveis à abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
Abílio Júnior chegou a sugerir a renúncia do prefeito da Capital, em caráter irrevogável, como forma de evitar maiores desgastes para a população cuiabana e administração municipal.
Sem conseguirem nove assinaturas para a CPI, o plano B é o Sargento Joelson apresentar requerimento de criação da Comissão Processante, também prevista no Regimento Interno, que teria condições similiares à CPI para investigar o prefeito de Cuaibá.
A diferença crucial é que, por súmula do STF, a CPI possui “poder de polícia”. Ou seja, na investigação da CPI, o vereador pode mandar prender quem mentir ou zombar, por exemplo.
Responsável pela pauta de votação, Justino Malheiros não anunciou nenhuma previsão para a sessão desta quinta-feira – tampouco CPI ou Comissão Processante.