O caminho tortuoso que se tornou a ida para o Tribunal de Contas, aparentemente, tem desanimado o deputado Guilherme Maluf (PSDB), indicado à vaga pela Assembleia Legislativa. O tucano deveria ser nomeado pelo governador Mauro Mendes (DEM) até meados de março, mas teve sua posse suspensa por conta de uma decisão judicial que põe em risco o rito que o escolheu. A questão não tem prazo para ser dirimida e, nesta terça-feira (26), Maluf afirmou que não vai participar de um novo processo de escolha caso a atual decisão da Assembleia Legislativa não seja respeitada.
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“Talvez algumas pessoas não gostaram de quem venceu, mas a política acabou, agora nós temos que honrar esse rito. Eu vou me defender e se conseguir superar essas questões tomar posse. Agora, se for anulado o rito pela justiça eu não vou fazer parte de uma nova discussão”, disse o deputado.
No último dia 22, o juiz Bruno D’Oliveira Marques deferiu um pedido do Ministério Público de Mato Grosso para suspender a nomeação de Guilherme Maluf como conselheiro do TCE. O MP questionou os conhecimentos técnicos do deputado e citou o fato de ele ser réu para colocar em xeque a conduta ilibada do tucano, requisito cobrado para o cargo de conselheiro.
A defesa do deputado, no entanto, sustenta o princípio da presunção da inocência de Maluf, já que ele ainda não foi condenado.
Para garantir o rito, no início desta semana, a Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa protocolizou recurso – com assinatura de 18 deputados – para garantir a nomeação de Maluf. O ato é uma demonstração de força e união da AL na defesa das prerrogativas da Casa de Leis. Deputados que abertamente estavam contra a indicação do tucano durante o processo interno de escolha também assinam o documento.
Para os parlamentares, mais que frustrar os planos pessoais de Maluf, o impedimento da posse interfere diretamente no poder de escolha da Assembleia em indicar os conselheiros a que tem direito.
“O presidente Botelho, o deputado Max e a Mesa Diretora é que estão à frente dessa articulação, entendendo que a Assembleia precisa fazer valer o rito, que ela fez a escolha do deputado. Então, eu fico muito contente com isso, só tenho a agradecer, mas a Assembleia não está defendendo o Guilherme, está defendendo a prerrogativa de ter indicado um deputado”, concordou Guilherme Maluf.