O secretário de comunicação do PT, André Vargas, rebateu as críticas da oposição ao programa do partido exibido na noite de quinta-feira. "A tática deles é tirar o presidente Lula da eleição", afirmou.
No programa de 10 minutos, Lula atribuiu à pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, a responsabilidade por "grande parte" do sucesso de seu governo e a comparou ao líder sul-africano Nelson Mandela. O presidente ocupou, sozinho, 2min43s do programa e Dilma apareceu em 3min46s.
"O programa político tem que discutir o mundo real e não o estatuto do partido", afirmou Vargas, lembrando que o pré-candidato José Serra, e o ex-governador de Minas Aécio Neves foram as estrelas da propaganda do PSDB do ano passado.
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Para o petista, a reação da oposição é hipócrita ao querer judicializar a disputa eleitoral. "O problema deles é que se o Lula tivesse fraco, eles não entrariam na Justiça."
Vargas também ironizou a atitude dos tucanos pelo fato de Serra liderar as pesquisas de intenção de voto. "Se estão fazendo essa gritaria, eles não têm convicação de que estão na frente."
Para o petista, a campanha de Serra pode perder a confiança do eleitorado que já tem. "A oposição quer confundir o eleitor e dizer que é igual ao Lula. Mas, o Serra atrapalhou o governo".
Reação da oposição
Nesta sexta-feira, o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, afirmou que a infração à legislação eleitoral é clara no programa do PT, mas ainda estuda se entrará ou não com uma ação. O dano, segundo ele, é "irreparável", já que o programa já foi ao ar.
Já o líder do Democratas na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), afirmou que o Lula "esbofeteou os juízes do [TSE] Tribunal Superior Eleitoral".
"Ontem o presidente realmente confirmou sua figura de fora da lei. Ele, como chefe de governo, chefe de Estado, não poderia ter patrocinado o que patrocinou. Ele esbofeteou os juízes do Tribunal Superior Eleitoral", disse.
Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) acusou Lula e Dilma de cometerem "uma violência" contra a lei e "desdenharem da Justiça Eleitoral" no programa do PT.
"Se a maior autoridade desse país não respeita a lei, como se exigir que o cidadão comum venha a respeitá-la nesse momento crucial de definição do futuro do país?", questionou o tucano.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse que "a transgressão à Lei Eleitoral é clara" e que o departamento jurídico de seu partido também analisa, com o PSDB, uma possível ação contra o PT.
Ontem, o TSE não julgou a tempo um pedido do PSDB e do DEM para tirar do ar o programa do PT, mas multou pela primeira vez nesta campanha Dilma.
Por unanimidade, o tribunal multou o PT em R$ 20 mil e Dilma em R$ 5.000 por propaganda eleitoral antecipada no programa da legenda que foi ao ar em dezembro do ano passado. Os partidos também haviam pedido para que o programa de ontem não fosse ao ar.
Como o tribunal não começou a sessão a tempo de retirar do ar o programa de ontem, os ministros decidiram cassar integralmente o tempo da propaganda do PT que será veiculada no primeiro semestre do ano que vem.
