A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira que o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje é "um bom começo".

Segundo a pesquisa, Marina aparece em terceiro lugar, com 7,3% dos votos. "Estamos apenas no começo, e é um bom começo. Tem muita água, e água boa, para rolar debaixo dessa ponte, principalmente se vier dessa nascente aqui: Marina e Guilherme", disse, em referência ao empresário Guilherme Leal, anunciado como vice em sua chapa e que estava ao seu lado durante a entrevista.

A CNT/Sensus mostra o empate técnico entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), com uma leve vantagem da petista sobre o tucano.

Dilma recebeu 35,7% das intenções de voto, enquanto o tucano ficou com 33,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Ditadura

Marina também falou sobre as declarações da ex-prefeita e pré-candidata ao Senado por São Paulo Marta Suplicy (PT) sobre o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969, durante a ditadura.

"Eu espero que não haja [baixaria]. O Brasil é tão importante, as questões que estão em jogo são tão relevantes que, se a gente for perder tempo com baixaria, será um desrespeito ao povo brasileiro, um desrespeito ao avanço que nós conseguimos na nossa democracia."

A petista disse ontem em encontro com militantes petistas na zona leste paulistana que a mídia tem dois pesos e duas medidas ao tratar do passado guerrilheiro de Dilma Rousseff (PT). Para a ex-prefeita, o pré-candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, teve atuação mais efetiva contra a ditadura no sequestro do embaixador, mas não é cobrado porque fechou aliança com o PSDB. O embaixador foi solto em troca de reféns.

Segundo Marina, não devemos ficar resvalando o olhar para aquilo que não interessa. "Com todo o respeito pela trajetória, pela biografia das pessoas, sem ir para o senso comum de satanizar a qualquer custo, a qualquer preço. Política para mim tem que ter ética tanto no comportamento dentro da gestão pública, quanto no discurso e na prática do processo político em si."