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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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Embaixador dos EUA no Brasil diz que acordo com Irã não é suficiente

O acordo firmado entre Brasil, Irã e Turquia não é o bastante para garantir transparência e confiança nas reais intenções do programa nuclear iraniano, disse o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, nesta terça-feira.


"Precisamos ter mais garantias e transparência sobre as finalidades do programa iraniano. O acordo não é suficiente", disse Shannon.

Apesar de elogiar a iniciativa brasileira como um passo importante, Shannon frisou que o objetivo principal dos Estados Unidos permanece sendo a necessidade de abertura do Irã, de sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e as comprovações de que as operações nucleares do país têm fins pacíficos.

Para o embaixador, é importante que a relação Brasil-Estados Unidos não seja contaminada pelas polêmicas em torno do programa nuclear iraniano e as iniciativas da diplomacia brasileira com relação à Teerã.

"Esta polêmica não é um assunto entre Brasil e Estados Unidos, temos isto muito claro. O relacionamento entre Brasil e EUA é forte e estável, e deve permanecer assim", disse Shannon.

Hillary

Shannon não quis comentar o novo plano de sanções anunciado nesta terça-feira pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

Na semana anterior, Hillary disse que seria "ingenuidade" brasileira tentar negociar com o Irã.

Ela indicou ainda que os chanceleres da Turquia e do Brasil não deveriam acreditar nas promessas de Teerã.

Para o embaixador americano no Brasil, no entanto, o papel da diplomacia brasileira deve ser ressaltado, especialmente num contexto em que todos os países do mundo têm responsabilidades para promover os objetivos do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

"Os países que são membros do Conselho de Segurança da ONU também têm as responsabilidades de promover a autoridade do Conselho, e neste sentido o Brasil pode ter um papel fundamental", disse.

Relações EUA-Brasil

Na visão do embaixador o Brasil não é mais um país emergente. "Para Washington o Brasil já uma potência que emergiu. Isto significa que que encontraremos o país em locais que historicamente não eram frequentados pelo Brasil. Isto é positivo, mas é claro que muitos pontos de divergência aparecerão no futuro. Isto é normal e saudável", argumentou Shannon.

O Brasil e os EUA têm passado por períodos de altos e baixos em suas relações, alternando níveis de intensidade de cooperação, mas isto deve mudar diante do novo cenário político enfrentado pelos dois países. "Isto não é mais aceitável. Devemos manter o nível de cooperação, aprofundar o contato e garantir que o diálogo seja duradouro".

Shannon indicou que o Brasil se fortalece no cenário global e os EUA divergem em algumas de suas decisões de política externa. "Respeitamos os interesses e objetivos brasileiros com outros países, principalmente com relação à Venezuela e ao Irã, mas não vamos deixar de comunicar nossas diferenças".

A embaixada americana ficou surpresa com a ausência ao evento do secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, que ligou avisando que precisaria encontrar o chanceler Celso Amorim em Brasília, após seu retorno ao Brasil nesta terça-feira.

O evento promovido pelo Council of the Americas e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) reuniu investidores e empresários brasileiros e americanos, discutindo oportunidades de negócios no Brasil, sobretudo com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
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