O Brasil é um dos favoritos à conquista da Copa do Mundo? Sempre é, até mesmo quando não está em um bom momento. Só que os jogadores convocados por Dunga para a disputa do Mundial deste ano, na África do Sul, não querem assumir esse rótulo. Por outro lado, os números o jogam no colo da seleção.
Com 37 vitórias, 11 empates e apenas cinco derrotas, o Brasil de Dunga tem o quinto melhor aproveitamento pré-Copa, com 76,7%. Mesmo assim, o experiente Gilberto Silva, que vai para o terceiro Mundial (foi campeão em 2002 e participou da queda nas quartas de final, em 2006), não pretende dar ênfase ao tema.
- Depende da forma como cada jogador encara a situação. Se olharmos o histórico da seleção brasileira, sempre que chegamos favoritos encontramos dificuldade. Talvez nós saibamos trabalhar com pressão – afirmou o volante, lembrando que em 2006, na Alemanha, o time era considerado o melhor e fracassou.
É verdade que em algumas situações o favoritismo fez mal ao Brasil, como em 1990 e 2006, mas nas outras quatro melhores campanhas pré-Mundial da seleção, o time verde amarelo foi longe em três delas. O pior foi parar diante da Hungria nas quartas de final em 1954, quando antes do torneio teve 77% de aproveitamento.
O melhor retrospecto em preparação para Mundial foi antes da Copa de 1998, na França: 81,9%. O Brasil ficou com o vice-campeonato. Antes disso, em 1978, a seleção teve um retrospecto de 80,8%. E foi terceira colocada na Argentina. Por fim, em 1962, os 80,4% de aproveitamento foram aperitivo para o título no Chile.
- A primeira fase é o nosso maior rival, mas tenho certeza que vamos passar. Não adianta agora falarmos em Espanha, Argentina, Itália ou Inglaterra. Temos de nos concentrar nos primeiros adversários e não pensar muito na frente – falou Gilberto Silva. O Brasil está no Grupo G, com Coréia do Norte, Costa do Marfim e Portugal.
Para analisar esse números, o GLOBOESPORTE.COM pegou os resultados da seleção brasileira nos quatro anos que antecedem o Mundial, começando a contar do primeiro jogo após a Copa anterior. E para chegar às porcentagens de aproveitamento, cada vitória foi calculada como se valesse três pontos.
Um detalhe importante sobre a preparação para a Copa do Mundo de 1930, no Uruguai, é que o Brasil não fez jogos contra outras seleções naquele período.
