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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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'Mary Poppins' ganha versão para Broadway

As únicas pessoas que vão se divertir com Mary Poppins são as crianças, e os adultos que um dia foram crianças.


A produção da Broadway está em turnê nacional e chega ao Straz Center de Tampa, com base tanto nos livros infantis de P. L. Travers quanto no filme dos estúdios Disney realizado em 1964, do qual extrai boa parte de sua trilha sonora.

A produção tem muitos pontos positivos, a começar por Caroline Sheen como a babá mágica e Gavin Lee (o criador do papel em Londres e na Broadway) como limpador de chaminés Bert. Sheen tem a voz e o tempo de comédia necessários para o seu difícil papel, e consegue fazer de Mary ao mesmo tempo uma mulher firme e correta mas também alguém que parece borbulhar sob a força de um delicioso segredo.

Alto, esguio e portador de um sorriso deslumbrante, Lee tem algo de Hugh Grant quando jovem, e se movimenta com uma graça elástica que lembra a de Dick Van Dyke no filme. A dupla mágica certamente exibe uma forte química ¿não é coincidência que, quando um parque se transforma em gloriosa pintura no Jolly Holiday, as estátuas que ganham vida para dançar com os dois retratam ninfas e sátiros.

Não que alguma coisa de mais ousada aconteça; afinal, estamos falando da Inglaterra na era vitoriana. Mas o flerte caloroso que se desenvolve entre Mary e Bert serve como contraste para o gélido casamento entre George Banks (Laird MacKintosh) e sua mulher Winifred (Blythe Wilson), cujos endiabrados filhos, Jane e Michael (interpretados na sexta-feira por Kelsey Fowler e Bryce Baldwin), são responsabilidade de Mary.

Banks trabalha demais e quer subir na vida, e trata a mulher e filhos mais como funcionários do que como família. Por isso, as crianças são pestes que passaram por uma série de governantas quando Mary enfim chega, voando com seu guarda-chuva, para cuidar delas. É claro que ela não poderia resolver os problemas das crianças sem resolver também os dos pais, mas sua disposição é suficiente para a tarefa, como Poppins nos informa ao cantar Practically Perfect.

Como qualquer conto de fadas que se preze, Mary Poppins tem seus momentos sombrios. Em Playing the Game, os brinquedos que as crianças costumam maltratar ganham vida assustadoramente e viram o jogo. Mas mesmo nesse momento Mary está no controle para reconfortar a todos.

Os destaques do elenco uniformemente forte incluem Rachel Izen e Dennis Moench, que emprestam algo de Laurel e Hardy aos seus papéis cômicos como Mrs. Brill e Robertson Ay, os criados da família.

Ellen Harvey parece formidável como Miss Andrew, ou ¿Terror Sagrado¿, a babá de Banks na infância. Com um chapeuzinho preto demoníaco e uma colher gigante, ela canta Brimstone and Treacle com malévola alegria.

Os cenários são maravilhosos, da casa dos Banks, que se abre e gira como uma gigantesca casa de bonecas, ao posto de Bert no telhado, sob a luz das estrelas.

Os grandes números musicais são todos deslumbrantes, especialmente o alegre Spoonful of Sugar; Step in Time, a dança dos limpadores de chaminé, que traz algo de Stomp; e o maravilhoso medley final, depois da partida de Mary.

O número mais espetacular, porém, é Supercalifragilisticexpialidocious. Usando um cenário e figurino coloridos e com jeito de circo, e dança exuberantemente rápida, a montagem oferece um novo sentido para a expressão "exercício de ortografia".

Com 160 minutos de duração, o espetáculo é cansativo para crianças pequenas. Mas as que estavam sentadas ao meu lado pareciam completamente ligadas até o final ¿ como eu.

Mary Poppins fica em cartaz até 6 de junho no Straz Center for Performing Arts, Tampa, Flória, EUA.

Informações e ingressos pelos telefones (813)229-7827 ou 1-800-955-1045; strazcenter.org.
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