O leilão da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Colíder, a ser construída no rio teles Pires, município de Colíder (650 km de Cuiabá) e que terá capacidade para gerar 342 megawatts (MW) de energia, está prejudicado por causa da greve dos servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). O empreendimento já está com a licença de instalação liberada e aguarda apenas o leilão para as obras começarem.
A informação de que há atraso no leilão por causa da greve é do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Ele disse hoje que a paralisação dos servidores, iniciada em 12 de abril, foi o principal fator que levou o governo a pedir para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aprovar o edital do leilão de seis novas hidrelétricas, que seria realizado em junho.
"Deve ficar para o fim de julho ou começo de agosto. Mas tentaremos fazer em julho", disse o ministro, após participar de audiência pública da subcomissão do Senado que analisa o projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Segundo Zimmermann, das seis usinas que o governo quer licitar, duas, localizadas no Rio Parnaíba (Piauí/Maranhão), não tinham licença ambiental prévia, condição exigida pela lei para que um projeto desse tipo seja licitado.
O impacto ambiental da usina de Colíder será pequeno e proporcionará grande aproveitamento energético. Vai alagar cerca de 30 quilômetros, o que é considerado muito pouco, já que terá capacidade de produção maior do que a usina do Manso. O parque de turbinas ficará instalado na divisa entre Itaúba e Colíder, a cerca de 30 quilômetros da sede de Itaúba.
A represa vai alagar uma área de 11 mil hectares, atingindo fazendas e os proprietários serão indenizados. A barragem terá cerca de 50 metros de altura e os animais das ilhas serão recolhidos e transferidos para um local adequado. Ainda não foi informado oficialmente o valor a ser investido na construção, mas estimasse que seja superior a R$ 1 bilhão.
Serão gerados cerca de três mil empregos diretos, por um período de aproximadamente cinco anos. O setor turístico também será beneficiado com a formação do lago da usina, tornando-se local de visitação. Quando entrar em funcionamento, a UHE Colíder será interligada ao sistema nacional de energia.
Outra usina no rio Teles Pires, entre Sinop, Cláudia e Itaúba, está em fase de liberação de licença ambiental. O estudo detalhado já foi feito e no mês de junho acontecem as audiências públicas nos municípios atingidos pelo alagamento – Sinop, Itaúba, Cláudia, Ipiranga do Norte e Sorriso.
