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Domingo, 05 de maio de 2024

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Coreia do Norte faz polícia desconfiar que brasileiros são sul-coreanos

Badimo, o policial sul-africano responsável pela segurança no treino da seleção da Coreia do Norte, nesta quarta-feira, olhou para os jornalistas brasileiros, fez um sinal com as mãos indicando uma cela de cadeia e afirmou:


- Vocês serão presos. Serão minhas boas-vindas para vocês na África do Sul.

A mensagem do policial foi o ato final de uma tarde de absoluta paranoia em Tembisa, comunidade pobre vizinha a Joanesburgo, onde a Coreia do Norte, rodeada de mistérios, fez seu segundo treinamento no país da Copa. A atividade aconteceu no Estádio Makhulong, com portões fechados. A imprensa presente no local, formada exclusivamente por brasileiros, teve o trabalho dificultado ao máximo. As ameaças de prisão se repetiram por mais de uma hora, mas não passaram disso. Foram absorvidas pelos policiais as desconfianças dos norte-coreanos, saídos de um país governado por uma ditadura comunista que não faz grande questão de se relacionar com o resto do mundo.


Badimo observa a imprensa na chegada dos norte-coreanos (Foto: Alexandre Alliatti/GLOBOESPORTE.COM)Houve momentos cômicos nas ruas pobres de Tembisa. Badimo chegou a desconfiar que os jornalistas brasileiros fossem sul-coreanos infiltrados no local para fazem algum mal ao país vizinho, com quem sustentam uma inimizade que parece longe de cessar. Ele olhou as credenciais dos repórteres e pediu para ver os passaportes.

- Temos que tomar todos os cuidados, porque eles estão com esse problema com a Coreia do Sul. São inimigos – disse o policial.

O jeito foi levar a situação na boa e usar o argumento mais óbvio:

- Amigo, a questão é que nós não somos nada parecidos com os sul-coreanos.


Do lado de fora, foi possível ver parte do treino
(Foto: Alexandre Alliatti / GLOBOESPORTE.COM)Badimo olhou para o rosto dos jornalistas, não viu olhos puxados e preferiu mudar o rumo da conversa. Disse que brasileiros deveriam ir ao treino do Brasil, não da Coreia do Norte. E as ameaças foram mantidas. O chefe do policiamento avisou que prenderia os repórteres se eles fizessem fotos, mesmo fora do estádio. Não queria saber de registros de imagens sequer do ônibus chegando ao local, na rua, em um espaço público. Naturalmente, foi desobedecido. Nesta matéria, o leitor encontra a foto do ônibus com a delegação e também de um momento do treino, capturado em cima de um morro no campo de futebol ao lado do estádio, aproveitando uma brecha na parede.

A Coreia do Norte chegou ao estádio às 12h05m (de Brasília, ou 17h05m no horário local sul-africano), sob forte aparato policial. Crianças que moram na favela fizeram festa, abanaram, correram de um lado para o outro. Em troca, receberam alguns acenos dos atletas, de dentro do ônibus.

O Brasil estreia na Copa do Mundo em 15 de junho, no Ellis Park, em Joanesburgo, justamente contra a Coréia do Norte. Ao contrário de todos os demais países, os asiáticos não passaram sua programação à Fifa. No domingo, devem informar à entidade quando farão um treino aberto e darão entrevistas. Até lá, o mistério continuará. E as ameaças, pelo jeito, também.
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