Djalma Alves dos Santos é um artista de 38 anos. Ele lembra que seu interesse em atividades artísticas despertou ainda na infância, quando morava na zona rural do interior de Mato Grosso e fazia suas obras primas com argila nas paredes de casa. O garoto cresceu, e sua habilidade também. Hoje ele trabalha com a milenar arte da marchetaria e foi o campeão da primeira e segunda edição do prêmio Designer da Terra, realizado em Cuiabá.

Durante o evento ‘Municípios Mato-grossenses em Foco’, seu pequeno estande atraia não somente a visão, mas também o tato do público. A ilusão de tridimensionalidade causada pela colagem das laminas de madeira instiga a curiosidade de ‘sentir’ com a mão.

Existem registros da marchetaria no Egito e Ásia Menor, em aproximadamente 3000 aC. O trabalho consiste em um desenho composto por um mosaico de laminas de madeira ou pedra. Djalma explica que primeiro é feito o desenho e depois as laminas de diferentes cores são cortadas, juntamente com o esboço da figura. Pode parecer fácil, mas ele garante que não.

Djalma aprendeu técnica em 1990 e aprofundou-se em móveis clássicos no ano de 1998, em curso ministrado em Mato Grosso pelo mestre marcheteiro italiano Luigi Galimberti. Ele conta que de tão complexa que é a arte, apenas ele e mais um continuam trabalhando com a técnica. “Somos os últimos moicanos”, brinca.

O método pode ser aplicada em telas e móveis. As temáticas mais recorrentes na obra do poxorense são relativas à fauna e flora do Pantanal. Outra característica do trabalho de Djalma é o enfoque no cotidiano bucólico do sertão mato-grossense, fruto das memórias de infância, de quando ainda garoto, fazia arte pintando as paredes de casa com argila.