Em visita aos municípios de Barra do Bugres, Denise, Nova Olímpia e Tangará da Serra, na sexta-feira (04), o pré-candidato ao senado Antero Paes de Barros (PSDB) reafirmou seu compromisso em lutar pela revogação do decreto que proíbe a ampliação do plantio de cana de açúcar nas áreas da Amazônia, do Pantanal e da Bacia do Paraguai.

Segundo o ex-senador, o plantio de cana de açúcar constitui a principal atividade dos produtores da região, que se sentem prejudicados com a restrição imposta pelo governo federal, que atingiu mais de 100 municípios de Mato Grosso. O presidente do PSDB de Barra do Bugres, Henrique Sandri, salientou que a cidade está atualmente no momento de monocultura da cana de açúcar e destacou a importância de se ampliar as áreas de lavoura.

“Nossa região teve três ciclos econômicos. Nas décadas de 60 e 70, tivemos o ciclo da poaia, depois da agropecuária e, desde os anos 90 a cidade se mantém através da monocultura de cana-de-açúcar. Somos uma região sucroalcooleira e precisamos avançar na questão do plantio de cana no município”, disse Sandri.

Segundo Antero, a questão ambiental deve ser prioridade. No entanto, também é necessário gerar empregos e levar em conta a questão do pequeno produtor. “Eu sou defensor do meio ambiente e do Pantanal mato-grossense, mas é inaceitável o decreto do governo federal que proíbe a ampliação da área de cana de açúcar. Em Barra do Bugres se planta cana há mais de 30 anos e nunca houve nenhum acidente ambiental. Qual a justificativa técnica para dizer que a plantação de cana está prejudicando o Pantanal?” indagou Antero.

Uma alternativa para garantir a geração de emprego e renda, segundo Antero, é oferecer cursos técnicos para qualificar os trabalhadores a operar as máquinas utilizadas nas produções e oferecer suporte aos pequenos produtores.

Para Antero, o argumento de que os resíduos da cana contaminam o lençol freático não é valido. “Hoje em dia o vinhoto, que é um subproduto da cana-de-açúcar, é utilizado como adubo e fertilizante. A tecnologia avançada existente hoje impede a degradação do meio ambiente. Nós queremos preservar a natureza e gerar oportunidades de emprego”, acrescentou.

O empresário Helmar Machado, integrante de uma Sociedade Anônima do município de Denise, falou sobre a dificuldade que enfrenta para conseguir instalar uma usina sucroalcooleira na cidade. A Sociedade da qual faz parte conta atualmente com 33 produtores.

“Nós já fornecemos 1,5 milhão de toneladas para a usina Itamaraty, instalada na cidade vizinha e há dois anos estamos tentando instalar uma usina em Denise, mas, por causa do decreto do governo federal, não conseguimos. Protocolamos o nosso projeto na Secretaria de Meio Ambiente (Sema) há dois anos, mas até agora não foi autorizada a instalação da usina”, contou Helmar.

O presidente do PTB de Denise, vereador Valdinei Paulino, destacou que atualmente os subprodutos da cana-de-açúcar, como o vinhoto, são transformados em resíduos sólidos justamente para evitar a contaminação do lençol freático.

Fernando Silva, presidente do PSDB do município, ressaltou o fato da cidade vizinha, Barra do Bugres, possuir uma usina, enquanto Denise, que é responsável por 40% ou mais da produção de álcool da usina, não possui nenhuma.

O senador Jayme Campos (DEM) acredita que o decreto foi fundamentado exclusivamente em interesses políticos. “Esse decreto é resultado de uma jogada política e não de comprovações técnicas. Tecnicamente, já foi provado que o plantio da cana não causa impactos ambientais”, declarou.

Antero Paes de Barros afirmou que, se retornar ao Senado Federal, vai lutar pela revogação do decreto, que freia o desenvolvimento do estado. “Mato Grosso vai se consolidar como o maior produtor de etanol do Brasil, e o Brasil, como maior produtor do mundo”, garantiu. As informações são da assessoria.