O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) não tem condições financeiras para atender às reinvindicações salariais de seus servidores, que estão em greve há 37 dias, porque já utiliza quase 100% do duodécimo com a folha. O repasse do duodécimo está em patamares de R$ 32 milhões e os gastos com a folha somam R$ 31.307.305,47  (R$ 31,3 milhões).

Segundo o presidente do TJMT, desembargador José Silvério Gomes, que recebeu a reportagem do Olhar Direto em um quarto de hotel da capital federal, a situação financeira do Poder Judiciário é delicada e só com um aumento nos repasses duodecimais seria possível acatar parte dos pleitos do funcionalismo.

"Estamos numa situação dificílima. Nossa situação financeira é muito crítica, porque quase todo o repasse é utilizado para quitar a folha e quase não há sobras no caixa. Essa é a realidade", ponderou o magistrado em entrevista exclusiva.

Silvério Gomes se reuniu com o corregedor geral de Justiça, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilson Dipp, que é membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e informou que considera ser legítima uma verificação no Departamento Financeiro, mas acha incoveniente uma intervenção, como defende o Sinjusmat (Sindicado dos Servidores do Poder Judiciário).

"Estamos abertos, porque não temos nada a temer. Só temos que preservar a instituição e seus membros que nada têm a ver com os escândalos. É preciso haver bom senso", acrescentou o presidente do TJ, sem esconder sua preocupação com os rumos políticos da paralisação.