O adiamento de mais uma Assembleia Geral de Credores (AGC) do frigorífico Independência na última sexta-feira (11), remarcada pela sexta vez, não implica em modificações na forma e valores de pagamento fixados no Plano de Recuperação Judicial, segundo informa o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia.

Em entrevista ao Olhar Direto, o advogado garante que os pecuaristas mato-grossenses com dívidas a receber do Independência não precisam ter receio quanto aos motivos de mais um adiamento da AGC, remarcada para 22 de junho, em São Paulo.

O frigorífico quer enxugar o Plano de Recuperação Judicial aprovado em novembro de 2009, retirando algumas alienações de imóveis e outros pontos garantidores, principalmente junto às instituições financeiras. E essas são decisões que os representantes dessas instituições não podem tomar sem ouvir os administradores dos bancos.

Estiveram presentes na última AGC 177 credores, sendo quatro da classe dois (garantia real) e o restante da classe três, composta por pecuaristas, fornecedores e outros (credores quirografários). Do total de credores da terceira classe, 4 mil, mais da metade é de pecuaristas, 2,5 mil.

A classe um (trabalhista) já teve a dívida acertada com o frigorífico, bem como os pecuaristas cujo montante não ultrapassava R$ 100 mil, os quais somam 75% do total de produtores. O restante, os 25% com dívida a receber acima de R$ 100 mil, receberão os valores em 24 a 36 meses.

A dívida inicial do Independência foi avaliada em cerca de R$ 2,5 bilhões. Candia ressalta que o frigorífico tem cumprido, até o momento, todas as propostas e acordos.