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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Maré negra: presidente da BP enfrenta irritação de legisladores americanos

O presidente executivo da BP, Tony Hayward, enfrentou, esta quinta-feira, legisladores americanos fartos dos erros da empresa em sua luta contra a maré negra e prometeu a eles que a petroleira britânica "não descansaria" até solucionar o vazamento.

Hayward chegou às 10H00 locais (11H00 de Brasília) na sala de audiência de uma comissão da Câmara de Representantes, acompanhado de seus assessores e sob escolta policial, mas aparentemente tranquilo.

No entanto, a tarefa do presidente executivo da BP não foi fácil. Os legisladores americanos acusaram o grupo petroleiro de negligência em questão de segurança em sua plataforma "Deepwater Horizon", que explodiu em 20 de abril a 80 km da costa dos Estados Unidos, provocando a pior catástrofe ambiental da história do país.

Ao começar a sessão, o republicano Joe Barton deixou bem claro a Hayward: "vamos fazer perguntas verdadeiramente difíceis", disse.

"A explosão e o incêndio a bordo da plataforma (...) e a maré negra que seguiu no Golfo do México nunca deveriam acontecer e o lamento profundamente", declarou Hayward, dizendo-se "pessoalmente arrasado".

"Agora é cedo demais para dizer o que provocou o acidente", acrescentou. "Ainda há muito por fazer. Uma resposta completa deve esperar os resultados de múltiplas investigações", disse o executivo do BP, afirmando que o acidente resultaria em "uma combinação de falhas sem precedentes".

"Prometo, como chefe da BP, que não descansaremos até solucionar isto", acrescentou Hayward, enquanto o vazamento continua liberando no mar entre 30.000 e 60.000 barris (de 4,8 a 9,5 milhões de litros) diários de petróleo no Golfo do México.

Deste total, a BP recupera 15.000 barris por dia e espera alcançar os 28.000 no começo da próxima semana, informou nesta quinta-feira o comandante da guarda costeira americana, Thad Allen.

O almirante Allen deu outro sopro de esperança aos moradores da costa contaminada pelo petróleo: a perfuração de poços de derivação destinados a deter definitivamente o vazamento avança mais rápido que o esperado e poderia ser concluída antes de meados de agosto, como estava previsto anteriormente.

O presidente executivo da BP prometeu aos parlamentares que tomaria medidas contra todos os funcionários da petroleira que tenham privilegiado a empresa em detrimento da segurança.

"Por enquanto, não tenho nenhum elemento" que aponte para isto, disse, mas "se tivesse, agiria", acrescentou.

O representante democrata Bart Stupak criticou Hayward por uma declaração anterior, na qual disse que desejava "voltar à (sua) vida anterior" à maré negra.

"Estou certo de que voltará à sua vida anterior, de que voltará à Inglaterra com um bom paraquedas (econômico) de apoio. Mas nós, nos Estados Unidos, ficamos com as dramáticas consequências do desprezo da BP pela segurança", queixou-se Stupak.

Diante dos legisladores, Hayward repetiu que a BP assumiria as "consequências econômicas" da maré negra.

Na quarta-feira, ele e o presidente da empresa, Carl-Henric Svanberg, se reuniram na Casa Branca com o presidente Barack Obama. Os dois acertaram destinar US$ 20 bilhões a uma conta para indenizar as vítimas da maré negra.

Durante a audiência desta quinta-feira no Congresso, o representante republicano Joe Barton criticou a conduta de Obama a respeito, julgando a criação desta conta a cargo da BP como uma "extorsão" contra uma empresa privada por parte do Estado.

"Tenho vergonha do que aconteceu ontem na Casa Branca (...). Peço perdão", disse Barton.

O porta-voz de Obama reagiu imediatamente, ao destacar que Barton parecia mais inclinado a defender "as grandes empresas que provocaram o desastre" do que as vítimas da maré negra na região do Golfo do México.
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