O secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes, que até então vinha se mantendo calado, fez duras críticas à pré-candidatura ao Palácio Paiaguás do empresário Mauro Mendes (PSB). Para ele, Mendes foi além do que poderia ao entrar na disputa ao governo e, por isso, pode sofrer derrota "frustrante". "Ele deu um passo maior do que poderia alcançar. É um voo solo com o risco de bater com a cara na parede", avaliou.

Depois de um bom tempo longe dos holofotes da imprensa, Éder, que foi secretário de Fazenda na gestão do ex-governador Blairo Maggi, resolveu aparecer e, em entrevista à imprensa, teceu duras críticas a Mendes.Chegou a afirmar, inclusive, que a candidatura do empresário não passa de interesses pessoais, seguindo de forma contrária ao que é proposto pela sigla. "Mauro aqui está contra a maré. Se ele defendesse os interesses do partido ele não seria candidato ao governo".

O secretário disse ainda que na época na qual empresário decidiu desfiliar-se do Partido da República a decisão foi tomada sem que o assunto fosse discutido com os demais correligionários, visando apenas uma questão pessoal. "Ele (Mauro) tomou essa decisão do dia pra noite em um Hotel de Luxo em São Paulo. Desejo que ele construa um bom trabalho e não comece com equívocos como esse", contou Moraes.

Éder ressaltou ainda que a decisão teria sido uma traição principalmente ao ex-governador Blairo Maggi, uma das principais lideranças da apelidada “turma da botina”. "Mauro traiu a confiança de Maggi e dos companheiros de partido", alfinetou.

Apesar da "mágoa" deixada por Mendes, o secretário ponderou que o empresário seria um bom vice para Silval e que, na possibilidade de um segundo turno, o governador
e pré-candidato à reeleição gostaria, sim, do socialista em seu palanque. "O que ficou foi um ambiente de mágoa, mas em um segundo turno queremos ele", finalizou.