Agredido há seis meses com um taco de beisebol dentro da Livraria Cultura, em São Paulo, o designer Henrique Carvalho Pereira, de 22 anos, continua internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas. Ele ainda não recuperou a consciência, mas de acordo com sua tia, Cláudia Carvalho Aguiar, se emociona ao ouvir música new age ou a composição Little Wonders (pequenos milagres). Também sente a presença da mãe, Silvana, que o visita todos os dias.
Segundo a tia do designer, após seu aniversário, em 16 de abril, Henrique tem alternado momentos de recuperação e piora. A válvula instalada para conter a hidroencefalia ainda não surtiu o efeito esperado, ele enfrenta complicações nos rins por causa dos medicamentos e já teve quatro períodos de meningite.
Apesar dos problemas, a família acredita na possibilidade de recuperação. "Os médicos estão fazendo tudo o que podem e falam para minhã que é preciso ter fé. De um dia para outro ele pode acordar e dizer: 'oi, tudo bem'. Pode ser a história de um milagre", diz Cláudia.
A mãe de Henrique o visita todos os dias e pessoas que nem o conhecem prestam solidariedade. "Tem uma senhora que vem de Poá (Grande São Paulo) para visitá-lo e liga sempre para perguntar como ele está", afirmou. "A senhora que estava internada ao lado dele no quarto diz que ainda vai ver a história de sua recuperação no Fantástico", afirmou Cláudia.
A melhoria da saúde do jovem se deve, em parte, ao maior convívio com a família. A mãe de Henrique conseguiu uma autorização do Hospital das Clínicas para ficar com o filho de quarta a domingo entre 9h30 e 12h – além do horário de visita, das 16h às 17h.
Pouco antes de seu aniversário, Henrique apresentou melhoras e chegou a responder piscando duas vezes, o que quer dizer “não”, quando a família perguntou se poderia mexer no computador dele. Depois, questionado se sua cachorra de estimação poderia continuar dormindo em sua cama, piscou apenas uma vez - o que quer dizer “sim”.
Os pequenos avanços impulsionam a positividade da família, sempre esperançosa. Os médicos diminuíram os remédios dados ao jovem, que agora tem menos espasmos e de menor intensidade.
