A política não é uma ciência exata, costuma dizer os "experts". Mas, ás vezes, é como a física, com os opostos se atraindo e os iguais se repelindo. È o caso dos candidatos do PSDB e do PSB ao governo do Estado, respectivamente, Wilson Santos e Mauro Mendes, adversários ferrenhos. Os dois já iniciaram, conforme se comenta nos bastidores, um entendimento para as eleições deste ano. Eles teriam rascunhados a base desse acordo entre ambos para, num eventual segundo turno, tentarem derrotar o governador Silval Barbosa (PMDB), candidato a reeleição, e apontado como favorito para continuar administrando o Estado no quadriênio 2011/2014.

Mauro Mendes e Wilson Santos teriam se comprometido a marcharem juntos no segundo turno, caso as eleições não seja decidida no primeiro turno. Um teria o apoio do outro para enfrentar o peemedebista. Esse entendimento foi classificado pelo ex- deputado Roberto França, apresentador do programa Resumo do Dia, na TV Rondon,como vergonhoso, lembrando que, nas eleições de 2008, os dois trocaram graves acusações.

A política é assim: quando se menos espera, os inimigos de ontem se tornam aliados de hoje e vice versa, embaralhando a cabeça do eleitor. O que, porém, faz com que polí¬ticos, de estirpes diferentes, acabem se unindo? Simples: o poder pelo poder. Eles acreditam que a união deles poderá impedir que Silval Barbosa se reeleja, dando a esperança de um deles vir a assumir o Palácio paiaguás.

O acordo entre Wilson Santos e Mauro Mendes não é somente para essas eleições. Os dois acertaram que, se o socialista não for o vitorioso em 2010, terá o apoio do tucano para disputar a Prefeitura de Cuiabá em 2012. Nesse quadro, Wilson Santos romperia o compromisso com o atual prefeito Chico Galindo(PTB), que deve ser candidato a reeleição, e trabalharia para eleger Mauro Mendes, que, por sua vez, seria seu cabo eleitoral em 2014. Até no papel, esse entendendimento fica esquisito, porque há trairagem.

Mas como a política é para os vitoriosos, quem sabe, se esse projeto vingar os dois serão absolvidos pelo fato de jogarem na lata do lixo as suas histórias. O certo, porém, já começa a haver reação contra. Encontrei hoje alguns tucanos indignados e socialistas pasmos. Ainda não sei como os eleitores dos dois vão reagir. No entanto, pelo andar da carruagem, há o perigo real deles ficarem na estrada vendo a caravana de Silval Barbosa passar em direção a vitória no primeiro turno.