O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT), reagiu com tranquilidade à iniciativa do PMDB de formar um "superbloco" com outros partidos menores para fazer frente ao PT na disputa pela presidência da Casa e na formação do novo governo de Dilma Rousseff.
Abordado sobre o assunto, o petista disse ver com "naturalidade" a formação do bloco, que, além do PMDB, deverá juntar PR, PP, PTB e PSC.
- Encaro com naturalidade. Temos que ter muita tranquilidade até fevereiro [quando será eleito o novo presidente da Câmara]. Até lá, tem muita água para rolar debaixo da ponte.
Vaccarezza afirmou que ficou sabendo da iniciativa pela imprensa. Ainda hoje, mais cedo, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), principal adversário do petista pelo comando da Câmara, reuniu-se com os outros partidos, sem chamar o PT.
Até então, PMDB e PT mantinham o discurso de "harmonia" e negociação conjunta na disputa pela presidência da Câmara. Mesmo com a exclusão, Alves disse que o superbloco é para ajudar Dilma, e não confrontar o PT.
Questionado sobre a exclusão, o líder do PR, Sandro Mabel (GO), disse que se tratou apenas de uma "primeira conversa" e que o PT pode entrar depois para o bloco.
Confira também
PMDB forma "superbloco" na Câmara
Dutra: superbloco não amplia força do PMDB
Com desdém, Vaccarezza desejou "boa sorte" ao superbloco e disse que ele não irá funcionar como forma de pressão sobre Dilma.
- Não há hipótese de a presidente Dilma ser tutelada por nenhum bloco. Mesmo porque ela ganhou as eleições com os partidos e vai governar com os partidos.
Nas eleições, os dez partidos que compõem a coligação de Dilma - PT, PMDB, PRB, PDT, PTN, PSC, PR, PTC, PSB e PCdoB - elegeram, juntos, 311 deputados. A tendência, porém, é que o governo alcance uma maioria de 402 deputados na Câmara, caso os partidos que formam a atual base aliada se juntem aos governistas no ano que vem.
