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Sábado, 18 de maio de 2024

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'Harry Potter é como a máfia - uma vez dentro não há como sair', diz Radcliffe

A luz no fim do túnel já está oficialmente atrás de Daniel Radcliffe. Quando mergulhou nas filmagens das duas partes de "Harry Potter e as relíquias da morte", o ator britânico sabia que seus dias como a versão cinematográfica do bruxinho adolescente dos livros de J.K. Rowling estavam contados. Agora que os filmes estão concluídos tudo o que lhe resta é acenar para fãs ardorosos nas pré-estreias em todo o mundo, pendurar-se ao telefone para discutir as duas últimas aventuras, despedir-se do personagem e contemplar a vida após Harry Potter.


"Em termos de emoções pessoais, foi um filme muito, muito longo", diz o ator, agora com 21 anos, sobre as duas últimas partes de "Relíquias da morte", que levaram um ano inteiro para filmar e chegam aos cinemas respectivamente nesta sexta-feira (19) e em 15 de julho de 2011.

"Foi muito empolgante e, por vezes, muito trabalhoso. Mas é por isso que nós fazemos e adoramos [o filme]. Não passei por nenhuma das emoções dramáticas de Harry, mas lá pelo fim foi se tornando muito, muito emocionante. Acho que fui citado recentemente como tendo dito que nós todos choramos muito, e foi o que fizemos."

Desde então, diz Radcliffe, tudo tem parecido "muito esquisito". "O primeiro mês longe [das filmagens] foi estranho demais, mas por sorte houve várias vezes nesse período em que eu encontrei com pessoas que trabalharam nos filmes. Estava em Pinewood outro dia, preparando as coisas para [seu próximo filme] 'The woman in black', e esbarrei em pelo menos 30 pessoas - algumas delas trabalharam no último filme, mas outras eu não via desde o terceiro ou segundo filmes", conta.

"Eu sempre digo que Harry Potter é como a máfia - uma vez que você está dentro, nunca mais tem como sair", continua. "Vou conhecer essas pessoas para o resto da minha vida, não importa onde eu vá ou o que aconteça."

Autocrítica
Os filmes de Harry Potter renderam bilhões de dólares mundialmente e transformaram Radcliffe em um astro. Quando ele dá as caras na Broadway ou no West End londrino, é perseguido até a porta por fãs apaixonados. Ainda assim, ele admite uma certa insatisfação com seu trabalho, especialmente em "Harry Potter e o enigma do príncipe", de 2009.

"Acredito que, para a maioria dos atores, faz parte do trabalho ser altamente crítico sobre o seu próprio desempenho, o que eu sempre fui", diz Radcliffe. "Nunca me empolgo completamente com minhas performances, e nunca gosto de assistir a mim mesmo, mas foi no sexto filme que senti haver uma falta de variedade. Então, penso que no sétimo filme eu tenha feito um esforço para ser mais expressivo e versátil - sem exageros, obviamente."

Mas o ator vê como positiva a insatisfação com seu próprio desempenho no sexto filme da série. "Isso meio que deu o pontapé no traseiro de que eu precisava para me preparar psicologicamente para a jornada que viria no sétimo filme. E acabei descobrindo um modo de trabalho que não era um método", explica.

"O que funcionava para mim, em termos das grandes cenas, era me isolar em um canto do set e mergulhar em uma espécie de frenesi onde eu deixava de prestar atenção ao que estava fazendo. As vezes em que você faz melhor seu trabalho são aquelas quando não está pensando nele. Se você se prepara com antecedência e já sabe o que o personagem vai pensar ou o porquê de ele estar ali naquele cena e o que deseja naquele momento específico... se você já sabe tudo isso de antemão, se está tudo embutido na sua mente, você deixa que o que tiver de acontecer aconteça - essa se tornou a minha maneira de trabalhar no sétimo filme, algo que provavelmente eu não fazia no sexto."

Nunca sem os meus óculos
E agora é hora de seguir em frente. Seja lá o que aguarde Radcliffe, certamente não envolverá um par de óculos e uma cicatriz de trovão na cabeça. Mas, para se manter em território seguro, ele está levando com ele um souvenir.

"A única coisa que eu quis [levar de 'Harry Potter'] foram os óculos. Eu não queria a varinha e definitivamente não queria a vassoura. E, na verdade, acabei pegando dois pares de óculos. Geralmente, os que a gente usava no set não tinham lentes, para não provocar reflexos nas câmeras, e são esses que usei a maior parte do tempo. Então fiquei com eles, do sétimo filme, mas também fiquei com as versões que tinham lentes e que usamos no primeiro filme. Eu sequer sabia que eles ainda estavam guardados, mas estavam."

Depois de uma década dedicada a Harry Potter, Radcliffe tem vários projetos em andamento. Está filmando agora o já citado 'The woman in black', uma história de fantasmas à moda antiga coestrelada por Ciaran Hinds e Janet McTeer, e também está associado aos filmes “The journey is the destination” e “All quiet on the western front”. Antes de trabalhar em qualquer um deles, no entanto, o jovem ator retornará à Broadway em março, para estrelar em um revival do musical clássico de Frank Loesser chamado "How to succeed in business without really trying.”

Já há tempos a escritora J.K.Rowling dá pistas de que poderia voltar a escrever um romance de Harry Potter em algum ponto no futuro. Perguntado sobre se ele estrelaria uma inevitável versão para o cinema de um eventual novo livro, Radcliffe pondera por um momento antes de responder.

"Não, provavelmente não", afirma. "Porque dez anos são suficientes. Acho que os filmes atingiram uma conclusão perfeita e maravilhosa e acredito que fazer qualquer coisa a mais à essa altura seria supérfluo, infelizmente. Mas ela me deu garantias de que não vai fazer isso."
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