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Sábado, 27 de abril de 2024

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Tumulto no Festival da Água do Camboja deixa 378 mortos e 755 feridos

Tumulto no Festival da Água do Camboja deixa 378 mortos e 755 feridos
Centenas de cambojanos percorrem os hospitais de Phnom Penh nesta terça-feira em busca de parentes e amigos vítimas do tumulto ocorrido nesta segunda-feira durante as comemorações do Festival da Água, cujos últimos levantamentos indicam um saldo de 378 mortos e 355 feridos.


A maioria das vítimas são pessoas jovens que ficaram presas em uma ponte que conecta a capital com Koh Pich (Ilha Diamante), uma pequena ilha que o desenvolvimento urbanístico transformou de subúrbio pobre a centro de lazer.

Desde a manhã desta terça-feira, muitas pessoas vagam de hospital em hospital em busca de familiares e amigos desaparecidos entre os mortos e os feridos, enquanto as autoridades investigam as causas da tragédia.

"Este é o terceiro hospital que visito", diz à Agência Efe o jovem Ly Chomban, que procura um amigo que não tem família em Phnom Penh.

Ao seu lado, Rum Thearey segura com força a foto de sua irmã pequena, Sopheap, enquanto aguarda na fila para incluir seu nome na lista de mortos.

"Ela só tinha 21 anos e tinha ido assistir a um show com suas amigas. Quando vi pela televisão o que tinha acontecido, liguei para ela, mas como não respondeu, comecei a procurá-la nos hospitais", relata Thearey.

No final da busca, a irmã foi encontrada no hospital de Calmette, um dos seis locais improvisados para receber as vítimas da tragédia. Ali, os corpos, como o de Sopheap, estão dispostos em pequenas tendas onde os parentes entram para fazer a identificação.

"É uma grande tragédia para o Camboja. Não tínhamos os recursos necessários. Tivemos que improvisar estas tendas para os mortos", afirma Meak Somna, encarregado da coordenação de situações de desastre.

Os feridos são atendidos em outra área do hospital, onde a maioria recebe soro, comida e água.

Cheng Sony, que trabalha na ilha e voltava a terra firme após terminar sua jornada, estava no meio da ponte quando as pessoas começaram a lhe empurrar.

"Caí no chão e cobri minha cabeça com as mãos. Não sei o que mais aconteceu. Tiveram que me tirar de lá, mas não me lembro de nada", revela à Efe o jovem da província de Prey Veng, na fronteira com o Vietnã.

"Acho que fiquei duas ou três horas preso na ponte. Não dava para respirar", lembra, enquanto toca na perna coberta de hematomas por conta dos empurrões.

A cambojana Chuop Sokheng foi uma das pessoas que pulou na água para não se asfixiar e teve a sorte de não se afogar, mas dois de seus filhos, de 6 e 13 anos, morreram no rio.

"Não havia outra opção. As pessoas não me deixavam respirar e tentei pular com eles, mas os perdi. Depois soube que tinham morrido", lamenta a mulher.

O Governo cambojano se comprometeu a indenizar as famílias dos mortos com 5 milhões de barras de metal (US$ 1.250) e as dos feridos com 1 milhão de barras de metal (US$ 250), além de arcar com as despesas hospitalares.

O primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, declarou que a próxima quinta-feira será dia de luto oficial e ordenou às instituições do Estado que hasteiem a bandeira a meio mastro em sinal de respeito às vítimas.

Hun Sen assinalou que as causas do tumulto ainda não estão claras e que a Polícia iniciou uma investigação que será coordenada por uma comissão especial.

As autoridades estimaram que mais de dois milhões de pessoas compareceram à celebração do último dia do Festival, que dura três dias, durante os quais o público se reúne às margens do rio Tonle Sap para homenagear a água e se despedir das monções. EFE
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