A vida não está fácil para quem quer disputar mercado no segmento de hatches médios. Veteranos e novidades brigam pela ponta, com o líder Hyundai i30 com 28.408 unidades até outubro, seguido pelo Chevrolet Astra, com 23.887. Nas quarta e quinta posições estão Volkswagen Golf e Citroën C4, com 14.385 e 10.377 carros vendidos, respectivamente. Os números são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Em agosto, o médio da Citroën ganhou uma versão esportiva para ocupar o topo da linha. O objetivo era crescer entre os jovens e brigar com o concorrente mais próximo, o Golf GT. Com câmbio manual, o C4 Sport custa R$ 59.900. O automático vai para R$ 66.890. Além da transmissão, a versão conta com quatro airbags, revestimento dos bancos e do volante em couro e retrovisores com rebatimento elétrico.

Independentemente do câmbio, o C4 Sport vem com ar-condicionado digital de duas zonas, direção com assistência elétrica, faróis de xenônio direcionáveis, freios ABS, controle de estabilidade, rodas de 16 polegadas e CD-player com MP3, porta USB no console e seis alto-falantes. As rodas são de 16 polegadas.

O Golf GT custa R$ 62.890 com câmbio manual e vai para 68.950 com o Tiptronic de seis marchas. Ele já vem com airbag duplo, freios ABS, CD-player com porta USB e oito alto-falantes, rodas de 16 polegadas. O ar- condicionado também é digital e automático, mas de apenas uma zona.

Todos os itens do C4 são de série. O Golf GT ainda pode ser equipado com bancos de couro, rodas de 17 polegadas, teto solar elétrico, comandos de som e computador de bordo no volante e sensores de chuva e acendimento automático dos faróis. Tirando o teto solar, o C4 já vem equipado com estes itens. As rodas de 17 polegadas só o Golf pode ter.

Motores são comuns ao restante da linha

De esportivo, só a roupagem. Não há alterações no conjunto mecânico de nenhum dos hatches nas versões top. O Citroën utiliza um moderno bloco de 2,0 litros 16V flex de 151 cv a 6.000 rpm com álcool e 21,6 kgfm de torque máximo a 4.000 giros. Os números foram obtidos com etanol. O Golf conta com um motor 2,0 litros 8V com 120 cv a 5.250 rpm e torque máximo de 18,4 kgfm a 2.250 giros.

O Citroën, apesar de ter força máxima em rotação mais alta, entrega bom torque em baixa graças ao comando variável de válvula. O Golf, por outro lado, têm um câmbio com melhor escalonamento e engates mais precisos. A suspensão do Volkswagen foi também mais calibrada para atender quem prefere um comportamento mais esportivo que confortável.

A idade do Golf, porém, pesa em determinados aspectos. Sua cabine é mais apertada e viajar no banco traseiro exige sacrifício. Por causa do teto solar, o teto é baixo e incomoda. O painel, o mesmo desde o lançamento da quarta geração do médio, já tem um desenho cansado.

O C4, ao mesmo tempo que é moderno, desagrada os mais conservadores. Os instrumentos são digitais e ficam no centro do painel. O conta-giros está logo acima do volante de cubo fixo com os comandos de som e computador de bordo. Tudo fica à mão do motorista e quem vai atrás, além de mais espaço, tem um comando exclusivo de ar. Só que não é ar- condicionado, mas ventilação, somente.

Estilo do C4 não se diferencia

Outro ponto que entrega o projeto antiquado do Golf é o estilo externo. No facelift desenvolvido no Brasil para a quarta geração, o Volkswagen ganhou faróis maiores e lanternas que invadem a tampa traseira. As laterais continuam as mesmas. Só que na versão GT, o modelo tem rodas exclusivas, saídas duplas de escapamento, faróis e lanternas escurecidas e aplique preto na grade e no para-choque traseiro.

O C4 é mais moderno, embora já tenha sofrido um facelift na Europa e, depois disso, já até saiu de linha dando espaço para uma nova geração. O estilo não é tão ousado como na versão duas portas, que deixou de importada para o Brasil. Na versão Sport, porém, não há muita coisa que o diferencie da GLX, tirando o painel com imitação de aço escovado em alguns detalhes.

Veredicto de Fernando Pedroso - O Volkswagen Golf GT é um carro apaixonante na hora de dirigir. O câmbio, o motor e a suspensão combinam na hora de oferecer uma direção mais esportiva, além de ter um visual mais cativante. Só que o Citroën C4 é mais moderno, tem melhor desempenho e ainda custa mais barato. E, apesar de ser mais voltado ao conforto, não é ruim de dirigir. Na hora de comprar, seria a minha escolha.