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Sábado, 18 de maio de 2024

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Mortos passam de 600 em Gaza; plano de trégua inclui retorno da ANP

Enquanto os combates terrestres e os bombardeios aéreos prosseguem em Gaza, as negociações para alcançar um cessar-fogo entre o grupo islâmico Hamas e Israel mobilizam a diplomacia europeia e americana e os países da região. 


A missão da União Europeia que está no Oriente Médio reuniu-se nesta terça-feira com autoridades palestinas, o presidente francês Nikolas Sarkozy decidiu ampliar sua permanência na região e encontrar-se novamente com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, vai encontrar-se com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmmoud Abbas, na sede da (ONU) Organização das Nações Unidas, em Nova York.

As negociações podem levar ao retorno da ANP a Gaza, segundo levantamento da agência Reuters com fontes diplomáticas. O partido liderado por Abbas, o Fatah, foi expulso pelo Hamas da faixa de Gaza em junho de 2007 e só exerce o poder atualmente na Cisjordânia. A utilização de tropas internacionais para patrulhar as fronteiras também estaria sendo negociada.

Abbas foi aos Estados Unidos para participar de mais uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza, marcada para a noite desta terça-feira. Duas resoluções anteriores apresentadas pela Líbia, o único representante árabe no conselho, foram recusada por oposição americana à ausência de referências aos ataques do Hamas.
O número de mortos palestinos nos ataques israelenses iniciados no último dia 27 passou de 600, segundo levantamento de fontes médicas palestinas. De acordo com a ONU, pelo menos um quarto das vítimas palestinas são civis. O número de israelenses mortos chegou a dez, incluindo três civis atingidos por foguetes lançados pelo Hamas contra o sul de Israel e sete mortos em operações terrestres na faixa de Gaza.

Quatro dos soldados israelenses que morreram foram aparentemente atingidos por disparos de tanques israelenses durante as operações em Gaza.

"Ação, não palavras"
O jornal 'Jerusalem Post' informou que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que os debates do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre um cessar-fogo em Gaza não devem ser realizados neste momento, pois deve ser dada uma oportunidade que os países do Oriente Médio possam se envolver em um processo efetivo que posa levar ao comprometimento de todos para evitar ataques contra civis israelenses.

Durante um encontro em Jerusalém com os ministros das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, da República Checa, Karl Schwarzenberg, e da Suécia, Carl Bildt, Olmert disse que Israel só concorda com um cessar-fogo em troca de medidas concretas que garantam a segurança imediata para a população do sul de Israel.

"Este é o momento de ação não de palavras. Estamos de fartos de gestos vazios", disse ele, segundo a Rádio do Exército.

O último acordo com alguma efetividade na região, uma trégua de seis meses entre Israel e o Hamas, foi costurado pelo Egito no ano passado. O fim da trégua, no último dia 19 de dzembro, em meio a acusações mútuas de desrespeito às cláusulas, foi seguido da intensificação de ataques com foguetes do Hamas contra Israel e do início da ofensiva israelense, uma semana depois.

Síria
O presidente francês pediu nesta terça-feira à Síria que tente convencer o Hamas a interromper o lançamento de foguetes contra Israel.

"A Síria deveria nos ajudar a convencer o Hamas a escolher a voz da razão", afirmou o presidente Sarkozy, depois de se reunir em Damasco com seu colega sírio, Bashar al-Assad.

"O presidente Assad deveria ajudar a convencer o Hamas a parar de disparar foguetes", insistiu o chefe de Estado francês, que ontem iniciou uma viagem pela região que já o levou ao Egito, à Cisjordânia e a Israel.

Sarkozy fez um apelo para que a violência "termine o mais rápido possível" em Gaza, em referência aos ataques israelenses contra a faixa territorial palestina, iniciados em 27 de dezembro, e também ao "inaceitável" lançamento de foguetes disparados do território contra Israel.

O chefe de Estado francês disse ainda que na noite desta segunda-feira (05) transmitiu a mesma mensagem aos líderes israelenses, aos quais também pediu que as agências humanitárias tenham acesso a Gaza para ajudar a população local.

A escala de Sarkozy em Damasco era considerada fundamental em sua viagem pelo Oriente Médio, já que na Síria vivem os principais líderes do Hamas no exílio e porque Assad é uma das autoridades regionais de maior influência sobre o grupo islâmico.

Foi de Damasco que o líder máximo do Hamas, Khaled Mishaal, conclamou uma nova intifada contra Israel quando os bombardeios sobre Gaza começaram

Plano de paz
Um plano para um cessar-fogo na faixa de Gaza que inclua compromissos internacionais procurados por Israel para impedir a entrada de armas para o Hamas pela fronteira com o Egito está tomando forma, informou na tarde desta terça-feira a agência de notícias Reuters.
Com base em declarações de autoridades israelenses e entrevistas com fontes diplomáticas e políticas, a agência informou que o plano pode incluir a mobilização de forças internacionais equipadas para localizar e destruir túneis utilizados para contrabando entre a faixa de Gaza e o Egito.

O patrulhamento da fronteira no "corredor Philadelphi", uma faixa com cerca de 15 quilômetros identificado por Israel como a área onde se localizam os túneis, ficaria a cargo de forças estrangeiras, possivelmente dos dois lados da fronteira, o que dependeria da concordância egípcia.

A concordância formal por parte dos palestinos seria negociada com o presidente ANP, Mahmmoud Abbas, que desde junho de 207 não exerce de fato o controle sobre Gaza. O Egito buscaria um consentimento tácito do Hamas, que domina a região.

Israel também estaria exigindo maior vigilância egípcia sobre o mar, para evitar o contrabando de armas por barcos e navios.

Os países ocidentais estariam pressionando pela reabertura da fronteira entre Gaza e o Egito na cidade de Rafah, que seria patrulhada por forças europeias e da ANP, mas não está claro se o Hamas admitiria o retorno do grupo rival Fatah, ao qual pertence o presidente da ANP, a atividades formais em Gaza.

A concordância de Israel também é incerta, principalmente à demanda dos países ocidentais pela reabertura das passagens comerciais entre Gaza e Israel, que também ficariam, segundo as propostas reunidas pela agência, sob fiscalização da ANP e de forças internacionais do lado palestino da fronteira.
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