O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (25) que acha “difícil” que o suposto vazamento de informações sobre a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) tenha partido de sua sigla e da Prefeitura de São Paulo.

Nesta terça, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, classificou de “luta política” a crise gerada em torno da evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, e acusou a Prefeitura de São Paulo de ter vazado dados do recolhimento de impostos da empresa Projeto, de Palocci, que teriam permitido calcular o faturamento dos negócios do ministro.

“Acho difícil que isso tenha ocorrido e cabe aos órgãos da prefeitura se manifestarem”, afirmou Alckmin ao ser questionado sobre as afirmações sobre o ministro. O secretário de Finanças de Gilberto Kassab (DEM), Mauro Ricardo Costa, é conhecido como o braço direito do ex-governador José Serra (PSDB).

“Não vou fazer nenhum pré-julgamento, acho que cabe ao ministro explicar e nós aguardamos seu pronunciamento”, afirmou Alckmin, duranteo BIOSforum, encontro de governadores sobre o desenvolvimento sustentável, do qual também participaram os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

O G1 procurou a Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo, que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Sigilo do caseiro
O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), protocolou nesta quarta representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a reabertura das investigações para apurar se houve responsabilidade do ministro-chefe da Casa Civil na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
O pedido da legenda tem como base reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal “Folha de S.Paulo”, segundo a qual a Caixa teria responsabilizado Palocci pelo vazamento dos dados sigilosos de Francenildo.

Palocci foi acusado pelo Ministério Público de ter ordenado a quebra do sigilo, mas a denúncia acabou arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009, por falta de provas. No ano passado, a Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar indenização de R$ 500 mil a Francenildo.

A violação ocorreu em 2006, quando Palocci era ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Francenildo Costa trabalhava como caseiro em uma casa supostamente frequentada por pessoas ligadas ao ex-ministro da Fazenda.